TSE valida desfiliação de Ricardo Salles do PL, que se direciona para o Novo
Brasília
03/08/2024 10h18Atualizada em 03/08/2024 11h41
O ministro do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) André Ramos Tavares validou a desfiliação do deputado federal Ricardo Salles (PL-SP), que está de malas prontas para deixar o partido do ex-presidente Jair Bolsonaro. O parlamentar, que foi ministro do Meio Ambiente entre 2019 e 2021, vai se filiar ao Novo e não corre o risco de perder o mandato na Câmara.
Salles precisou enviar ao TSE uma carta de anuência assinada pelo presidente do partido, Valdemar Costa Neto, para conseguir deixar o PL. O documento evita que o deputado perca o mandato ao se desfiliar da sigla.
Para a Corte Eleitoral, Salles disse que decidiu deixar o partido após "rusgas internas". O deputado decidiu sair do PL após ter a sua candidatura à Prefeitura de São Paulo preterida. Mesmo tento o apoio público de Bolsonaro, Valdemar preferiu construir a aliança com o prefeito Ricardo Nunes (MDB).
Salles cobrou celeridade do TSE para poder se filiar ao Novo antes do início das campanhas eleitorais deste ano. Caso o partido tenha cinco parlamentares no Congresso Nacional, terá o direito de participar de debates televisivos. Atualmente, a legenda possui três deputados e um senador.
De acordo com o Novo, Salles pode se filiar ao partido de forma on-line a qualquer momento. Ainda não está prevista uma cerimônia para receber o deputado federal. O Estadão procurou o parlamentar, mas não obteve retorno.
Salles deve concorrer ao Senado por São Paulo em 2026
O futuro eleitoral de Salles no Novo já está traçado. Pela sigla, o ex-ministro do Meio Ambiente deve concorrer ao Senado por São Paulo. Um dos possíveis adversários dele na disputa é o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), filho "03" do ex-presidente.
Salles já foi filiado ao Novo entre 2018 e 2020, quando foi expulso da sigla devido ao cargo no governo Bolsonaro. Ele anunciou o retorno ao partido no início do mês passado em uma publicação no X (antigo Twitter) e alfinetou o ex-presidente da sigla João Amoêdo, algoz do ex-ministro que deixou a legenda em 2022.
"Recebi, oficialmente, convite do Partido Novo para concorrer ao Senado em 2026 pelo meu Estado de São Paulo. Seis anos após ter sido expulso pelo Amoedo por ter me tornado, com muito orgulho, ministro do Bolsonaro, com quem estive, estou e sempre estarei junto", afirmou.