Agricultura: renovação do Pacic pelo México é fundamental à exportação brasileira
Brasília, 2 - O Ministério da Agricultura comemorou, em nota, a renovação do "Paquete Contra la Inflación y la Carestía" (Pacic) pelo governo mexicano, conforme decreto publicado ontem. O pacote isenta a tarifa de importação aplicada sobre produtos agropecuários utilizados na produção de alimentos da cesta básica. Com a renovação, a medida, que já havia sido anunciada pela presidente do México, Claudia Sheinbaum, vai vigorar até 31 de dezembro deste ano.Para o Ministério da Agricultura, o Pacic reforça a presença de produtos agropecuários brasileiros no mercado mexicano. "A renovação do Pacic tem sido fundamental para a continuidade das exportações brasileiras de alimentos ao México, especialmente produtos como carnes, leite, arroz e feijão, itens nos quais o Brasil tem forte participação exportadora. São iniciativas que visam mitigar o impacto da inflação sobre o poder de compra das famílias, o que abre espaço para produtos brasileiros competitivos no país", afirmou o ministério em nota, acrescentando que a medida permite o acesso das famílias mexicanas a itens importantes para segurança alimentar.A renovação do Pacic, que vigorava até 31 de dezembro, foi negociada pelo governo brasileiro com o governo mexicano. "É uma grande oportunidade para continuarmos reforçando e intensificando a parceria comercial tão importante com o México com produtos brasileiros competitivos que contribuem para a segurança alimentar e nutricional", disse o ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, na nota.O pacote mexicano contra a inflação e para segurança do abastecimento foi criado em maio de 2022 pelo então presidente Andrés Manuel López Obrador. O programa zera o imposto de importação para produtos que compõem o consumo das famílias mexicanas. A lista de alimentos com o benefício fiscal inclui carne de aves, carne suína, carne bovina, milho, arroz e ovos - produtos nos quais o Brasil tem forte presença exportadora.A prorrogação do Pacic era demandada sobretudo pela indústria de carnes brasileira, que vem aumentando os volumes exportados para o país. Sem a tarifa zerada, o imposto de importação mexicano chega a 75% para carne de frango, a 20% para carne bovina e 16% para carne suína, o que afeta a competitividade dos produtos brasileiros.Atualmente, como resultado da implementação do Pacic, o México é o maior destino das exportações agropecuárias brasileiras na América Latina. De janeiro a novembro de 2024, o Brasil exportou US$ 2,7 bilhões em produtos agropecuários para o país, segundo dados da balança comercial brasileira. "A continuidade do Pacic reforça o papel do Brasil como parceiro estratégico no abastecimento alimentar do México e fortalece as exportações agropecuárias, abrindo caminho para futuras oportunidades de crescimento e cooperação entre os dois países", disse o secretário de Comércio e Relações Internacionais do ministério, Luis Rua.
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