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Ministro ratifica intenção da Itália em avaliar boicote a Jogos Militares do Rio

Ansa

Em Roma

22/06/2011 17h02

O ministro italiano do Interior, Ignacio La Russa, voltou a afirmar hoje que a Itália deverá avaliar se participa ou não dos Jogos Mundiais Militares que ocorrerão no Rio de Janeiro após saber da notícia de que o italiano Cesare Battisti recebeu visto de permanência das autoridades brasileiras.

"Proponho realizar uma avaliação sobre a participação da Itália nos Mundiais Militares de Atlética do Rio", declarou hoje La Russa a jornalistas no Palácio Montecitorio, sede da Câmara dos Deputados do país, acrescentando que irá "conversar com o presidente do Conselho" de Ministros da Itália, o premier Silvio Berlusconi, sobre a possibilidade.

Ele indicou que fará com o primeiro-ministro uma "avaliação das oportunidades de participação de nossos militares no Mundial do Rio" no início de julho com a intenção de "verificar" em quais modalidades a Itália poderia boicotar o envio de delegações. Os jogos ocorrerão entre 16 e 24 de julho.

O ministro opinou que seu governo não deve "dar a impressão de que isso tenha sido um deslize", e atestou que "os primeiros a lamentar serão os próprios brasileiros", que encontrarão os caminhos abertos para um "terrorista".

Hoje, o Conselho Nacional de Imigração (CNig) concedeu um visto de permanência no Brasil ao ex-militante italiano, libertado em 8 de junho após decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) de reconhecer a decisão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva em manter o italiano no país.

A decisão causou uma reação negativa de setores do governo italiano, entre eles do ministro Roberto Calderoli, que sugeriu que seu país boicote a Copa do Mundo de 2014, que acontecerá no Brasil.

Na semana passada, a dupla brasileira de vôlei de praia Alison e Emanuel recebeu laranjas atiradas por torcedores italianos durante um jogo do Circuito Mundial em Roma.