Conselheira ou 'manipuladora'? 1ª dama Jill Biden pode decidir rumo da eleição
Depois de seu desastroso debate com Donald Trump, o presidente americano Joe Biden contou com o apoio incondicional da primeira-dama Jill, que está mais do que nunca na linha de frente da campanha de seu marido. Se para apoiadores ela é uma conselheira, uma das únicas pessoas a quem Joe ouve, para rivais, ela é chamada de "manipuladora".
"Jill é tão influente como afirmam os especialistas e sua opinião é mais importante para ele (Biden) do que de qualquer outra pessoa. Sem seu apoio, seria impossível para ele permanecer na disputa", comenta à AFP Tammy Vigil, professora de comunicação na Universidade de Boston.
Ela pode, também, ser a pessoa definitiva para uma mudança de rumo, com uma desistência da corrida contra Trump - ainda que ainda não dê indícios disso.
Na segunda-feira, a revista Vogue revelou a capa de sua edição de agosto: Jill Biden, com um vestido longo tipo jaqueta de seda branca da Ralph Lauren.
A fotografia é do final de abril, e o artigo da revista se baseia em entrevistas e reportagens realizadas durante esse período, muito antes de Joe Biden participar do debate na CNN contra seu rival republicano.
Vogue revela ter falado por telefone com ela pouco depois do debate, enquanto aumentavam os pedidos para que o democrata de 81 anos retirasse sua candidatura.
Ao apoiar tão abertamente Joe Biden desde o calamitoso confronto com Donald Trump, Jill Biden criará uma onda de simpatia ou desviará parte da opinião pública? Nas redes sociais, a primeira-dama se tornou, desde o debate, o alvo favorito de alguns apoiadores de Donald Trump, que a classificam como uma manipuladora inescrupulosa.
"O que Jill Biden e sua equipe de campanha fizeram esta noite (...) é abuso de idosos", reagiu a congressista conservadora Harriet Hageman em uma mensagem no X, na noite de quinta-feira.
'A pessoa adequada'
"Não permitiremos que esses 90 minutos definam os quatro anos em que foi presidente. Seguiremos lutando", declarou a professora de 73 anos.
"Joe não é apenas a pessoa adequada para o posto", "é a única pessoa para o posto", declarou no sábado Jill, esposa de Biden há 47 anos, durante um comício com doadores democratas.
Na quinta, ao final do debate, a primeira-dama deu o braço ao seu marido para ajudá-lo a descer, com dificuldade, as poucas escadas do estúdio da CNN.
Na sexta, apareceu ao lado de um Joe Biden revigorado em um comício na Carolina do Norte, com um vestido estampado com a palavra "Vote".
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Quero receberEla se casou com Joe Biden em 1977. Ele era viúvo após a morte de sua mulher e de uma filha em um acidente de carro. Dois filhos sobreviveram: Beau e Hunter.
Beau Biden, com um futuro político promissor, morreu de câncer. Hunter lutou durante anos contra seu vício em crack.
Com Jill teve uma filha, Ashley, e tem vários netos.
A primeira-dama é seu centro de gravidade. Sem seu apoio, o democrata não teria tentado um segundo mandato. Ao chegar à Casa Branca, continuou dando aulas de inglês em uma universidade perto de Washington, algo inédito para a esposa de um presidente.
Decorações e campanhas
Fora isso, ela desempenha o papel estereotipado e relativamente modesto de primeira-dama, ou seja, é responsável pelas decorações de Natal e pelo cardápio dos jantares de gala, bem como por causas consensuais, no caso dela, por exemplo, a promoção da leitura.
"Uma primeira-dama americana contemporânea deve ser a 'arma não tão secreta' que ajuda o marido, atestando seu caráter e ajudando a levantar fundos. É por isso que se espera que Jill Biden participe da campanha", explica Tammy Vigil.
"No entanto, também há limites não declarados para essa atividade que são difíceis de determinar até que uma determinada linha seja ultrapassada. Se ela for muito vigorosa na defesa do marido, as pessoas reclamarão. No entanto, se ela não for visível o suficiente (como no caso de Melania Trump), ela também será criticada", avalia ela.
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