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Itália exige medidas da UE contra naufrágios

Em Roma

03/10/2013 10h39

O presidente da Itália, Giorgio Napolitano, instou a União Europeia (UE) a adotar medidas para evitar novos desastres com imigrantes ilegais, após uma embarcação naufragar na ilha de Lampedusa e deixar mais de 90 mortos e 200 desaparecidos nesta quinta-feira (3).

"Estamos diante de mais um desastre de inocentes, talvez o mais arrebatador. Não se pode ficar dando voltas em torno da necessidade absoluta da comunidade internacional, e principalmente da União Europeia, de adotar ações para evitar esses acidentes", disse Napolitano.

 

Segundo o presidente, é "indispensável reprimir o tráfico criminoso de seres humanos através de uma cooperação com os países de proveniência e com os que solicitam asilo". O vice-premier italiano e ministro do Interior, Angelino Alfano, também criticou a UE. "Espero que a União Europeia se dê conta de que não é um drama italiano, mas sim, europeu", disse Alfano.

Segundo o ministro do Interior, os pescadores locais "não viram e embarcação durante a noite". "Se tivessem visto, teriam feito uma intervenção, porque os italianos têm bom coração. Já socorremos 16 mil vítimas de naufrágios", ressaltou.

De acordo com as autoridades locais, até o momento foram confirmadas 94 mortes, mas mais de 200 pessoas estão desaparecidas. Entre os corpos resgatados, há uma mulher e quatro crianças. A embarcação, que levava cerca de 500 imigrantes à Europa, naufragou próximo a Conigli, em Lampedusa.

Os sobreviventes tentaram pedir socorro acendendo uma fogueira em alto mar, que acabou incendiando todo o barco. De acordo com as equipes de resgate, 151 imigrantes foram retirados do mar com vida.

Um homem de nacionalidade tunisiana, suspeito de ser um dos responsáveis pela embarcação, foi detido pela polícia. Em seu perfil no Twitter, o primeiro-ministro italiano, Enrico Letta, disse que essa é uma "tragédia enorme" e que já está analisando a situação junto com Alfano.

O papa Francisco, que visitou a ilha de Lampedusa em 8 de julho, criticou o acidente desta quinta-feira, classificando-o como "vergonhoso". Durante sua visita a Lampedusa, o Pontífice tinha dito que a morte de imigrantes em alto mar era "um espinho no coração".