Morales pode sofrer primeira derrota eleitoral em 10 anos
SÃO PAULO E LAZ PAZ, 22 FEV (ANSA) - O presidente da Bolívia, Evo Morales, pode sofrer sua primeira derrota eleitoral em 10 anos, de acordo com dados preliminares divulgados nesta segunda-feira (22) sobre o referendo constitucional que poderia permitir que ele se candidatasse a um novo mandato. Apesar da contagem de votos apontar para a vitória do "não", o governo disse que há um "empate técnico" e pediu para os bolivianos esperarem o resultado oficial.
Com 72,5% dos votos apurados, o Supremo Tribunal Eleitoral da Bolívia disse que o "não" tinha 56,5%, enquanto o "sim" possuía 43,2%.
Pesquisas de boca de urna divulgadas por emissoras de televisão locais afirmam que o "não" vencerá com 51% ou 52% dos votos, impedindo Morales de concorrer a um novo mandato. Devido à margem estreita de votos, o governo afirmou que há "um empate técnico" e que será preciso esperar a contagem final para um pronunciamento oficial de Morales. "Estamos diante de um claríssimo empate técnico. Os índices mostram que metade do povo boliviano optou para que a Constituição seja modificada", disse o vice-presidente Álvaro García Linera.
Líderes da oposição, no entanto, já convocaram coletivas de imprensa para comemorar a derrota de Morales nas urnas.
A principal oposição veio nos departamentos (divisão administrativa) de Chuquisaca, Potosí, Tarija, Santa Cruz, Beni e Pando. Já o "sim" venceu em La Paz, Cochabamba e Oruro.
Entre os 33 países onde bolivianos votaram no exterior, Brasil e Argentina registraram vitória do "sim" no referendo, com quase 80% dos votos. "O exterior teve um fenômeno interessante. Em países da Ásia, o 'não' venceu com pouca margem, mas em países onde se concentram a maior quantidade de bolivianos, com gente simples e trabalhadora, o 'sim' venceu de forma esmagadora", disse Linera.
O referendo consultou os bolivianos para uma modificação na Constituição que permitiria que Morales se candidatasse às eleições presidenciais de 2019. Caso vencesse o próximo pleito, Morales prolongaria seu govrno até 2025. Mas a impossibilidade de se candidatar poderá o afastar do poder em 2020.
A campanha pelo "não" no referendo começou a ganhar forças nos últimos dias, quando vieram à tona denúncias de que Morales teria usado sua influência para que uma ex-namorada conseguisse emprego como alta executiva em uma multinacional chinesa. Gabriela Zapata, com quem Morales chegou a ter um filho que morreu antes de completar um ano de vida, foi contratada pela China CAMC Engineering Co. Ltd., empresa com a qual La Paz já assinou ao menos sete contratos milionários. O presidente nega as acusações. Morales assumiu a Presidência da Bolívia em 2006 e, há um mês, completou uma década no poder. Ele é o primeiro líder boliviano de origem indígena e, no início de seu governo, apresentava alta aprovação com medidas de distribuição de renda. (ANSA)Veja mais notícias, fotos e vídeos em www.ansabrasil.com.br.
Com 72,5% dos votos apurados, o Supremo Tribunal Eleitoral da Bolívia disse que o "não" tinha 56,5%, enquanto o "sim" possuía 43,2%.
Pesquisas de boca de urna divulgadas por emissoras de televisão locais afirmam que o "não" vencerá com 51% ou 52% dos votos, impedindo Morales de concorrer a um novo mandato. Devido à margem estreita de votos, o governo afirmou que há "um empate técnico" e que será preciso esperar a contagem final para um pronunciamento oficial de Morales. "Estamos diante de um claríssimo empate técnico. Os índices mostram que metade do povo boliviano optou para que a Constituição seja modificada", disse o vice-presidente Álvaro García Linera.
Líderes da oposição, no entanto, já convocaram coletivas de imprensa para comemorar a derrota de Morales nas urnas.
A principal oposição veio nos departamentos (divisão administrativa) de Chuquisaca, Potosí, Tarija, Santa Cruz, Beni e Pando. Já o "sim" venceu em La Paz, Cochabamba e Oruro.
Entre os 33 países onde bolivianos votaram no exterior, Brasil e Argentina registraram vitória do "sim" no referendo, com quase 80% dos votos. "O exterior teve um fenômeno interessante. Em países da Ásia, o 'não' venceu com pouca margem, mas em países onde se concentram a maior quantidade de bolivianos, com gente simples e trabalhadora, o 'sim' venceu de forma esmagadora", disse Linera.
O referendo consultou os bolivianos para uma modificação na Constituição que permitiria que Morales se candidatasse às eleições presidenciais de 2019. Caso vencesse o próximo pleito, Morales prolongaria seu govrno até 2025. Mas a impossibilidade de se candidatar poderá o afastar do poder em 2020.
A campanha pelo "não" no referendo começou a ganhar forças nos últimos dias, quando vieram à tona denúncias de que Morales teria usado sua influência para que uma ex-namorada conseguisse emprego como alta executiva em uma multinacional chinesa. Gabriela Zapata, com quem Morales chegou a ter um filho que morreu antes de completar um ano de vida, foi contratada pela China CAMC Engineering Co. Ltd., empresa com a qual La Paz já assinou ao menos sete contratos milionários. O presidente nega as acusações. Morales assumiu a Presidência da Bolívia em 2006 e, há um mês, completou uma década no poder. Ele é o primeiro líder boliviano de origem indígena e, no início de seu governo, apresentava alta aprovação com medidas de distribuição de renda. (ANSA)
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