Fui obrigado a renunciar,diz ex-auditor de contas do Vaticano
CIDADE DO VATICANO, 24 SET (ANSA) - O ex-auditor de contas do Vaticano Libero Milone deu uma entrevista à mídia italiana neste domingo (24) em que acusa as lideranças da Santa Sé de terem provocado sua demissão.
Em junho, Milone surpreendeu e anunciou que estava deixando o cargo de liderança do Escritório de Auditoria Geral (URG), um órgão criado pelo papa Francisco em 2014 para monitorar todas as contas da Igreja Católica.
"Não me demiti voluntariamente. Fui obrigado", disse Milone destacando uma conversa que teve com seu sucessor, o monsenhor Giovanni Becciu.
"O Santo Padre pedia a minha demissão. Não pedia motivos, e me forneceu alguns pareceres que não me pareciam críveis. Aquelas acusações eram falsas e foram construídas para enganar tanto ele [Becciu] como Francisco", ressaltou.
O ex-auditor acusou a Gendarmeria do Vaticano de ser "agressiva" e de tê-lo "ameaçado de prisão". "O chefe da Gendarmaria me intimidou para obrigar a assinar uma carta que já estava pronta", disse ainda sobre o documento em que pedia demissão "de comum acordo".
Se as acusações foram duras, a nota sobre o caso assinada pelo porta-voz do Vaticano, Greg Burke, foi tão pesada quanto.
"Resulta, infelizmente, que o Escritório dirigido pelo dr.
Milone, ultrapassando suas competências, encarregou ilegalmente uma empresa externa para desenvolver atividades de investigação sobre a vida privada de alguns expoentes da Santa Sé. Isso, além de ser um crime, diminuiu irremediavelmente a confiança no dr.
Milone, o qual, colocado perante as suas responsabilidades, aceitou livremente assinar sua demissão", informou o Vaticano.
"A Santa Sé soube com surpresa e lamenta as declarações feitas pelo dr. Libero Milone, ex-Auditor Geral. Nessa maneira, não foi respeitado o acordo para manter reservados os motivos de sua demissão do cargo. Lembra-se que, com base nos Estatutos, a tarefa do Auditor Geral é aquele de analisar as contas e as administrações relacionadas", finaliza a nota. (ANSA)Veja mais notícias, fotos e vídeos em www.ansabrasil.com.br.
Em junho, Milone surpreendeu e anunciou que estava deixando o cargo de liderança do Escritório de Auditoria Geral (URG), um órgão criado pelo papa Francisco em 2014 para monitorar todas as contas da Igreja Católica.
"Não me demiti voluntariamente. Fui obrigado", disse Milone destacando uma conversa que teve com seu sucessor, o monsenhor Giovanni Becciu.
"O Santo Padre pedia a minha demissão. Não pedia motivos, e me forneceu alguns pareceres que não me pareciam críveis. Aquelas acusações eram falsas e foram construídas para enganar tanto ele [Becciu] como Francisco", ressaltou.
O ex-auditor acusou a Gendarmeria do Vaticano de ser "agressiva" e de tê-lo "ameaçado de prisão". "O chefe da Gendarmaria me intimidou para obrigar a assinar uma carta que já estava pronta", disse ainda sobre o documento em que pedia demissão "de comum acordo".
Se as acusações foram duras, a nota sobre o caso assinada pelo porta-voz do Vaticano, Greg Burke, foi tão pesada quanto.
"Resulta, infelizmente, que o Escritório dirigido pelo dr.
Milone, ultrapassando suas competências, encarregou ilegalmente uma empresa externa para desenvolver atividades de investigação sobre a vida privada de alguns expoentes da Santa Sé. Isso, além de ser um crime, diminuiu irremediavelmente a confiança no dr.
Milone, o qual, colocado perante as suas responsabilidades, aceitou livremente assinar sua demissão", informou o Vaticano.
"A Santa Sé soube com surpresa e lamenta as declarações feitas pelo dr. Libero Milone, ex-Auditor Geral. Nessa maneira, não foi respeitado o acordo para manter reservados os motivos de sua demissão do cargo. Lembra-se que, com base nos Estatutos, a tarefa do Auditor Geral é aquele de analisar as contas e as administrações relacionadas", finaliza a nota. (ANSA)
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