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Em iniciativa histórica, Vaticano e China se unem pela arte

22/11/2017 18h33

CIDADE DO VATICANO, 22 NOV (ANSA) - Pela primeira vez na história, os Museus Vaticanos e o China Culture Industrial Investment Fund vão realizar duas exposições simultâneas no Vaticano e na Cidade Proibida em Pequim, a partir de março de 2018.   

Com o título "A beleza nos une", a exposição marca uma iniciativa inédita e tem o objetivo de explorar a "diplomacia da arte" no sentido de diálogo e na abertura de novas trocas no âmbito cultural.   

"A Beleza é um veículo extraordinário para falar sempre, em cada latitude e longitude, física ou temporal que seja sem medo, sem barreiras", enfatizou Barbara Jatta, diretora dos Museus Vaticanos.   

O projeto teve início no ultimo mês de maio, quando o artista chinês Yan Zhang e Zhu Jiancheng, secretário-geral da China Culture Industrial Investment Fund (organização patrocinada pelos ministérios do governo da China) visitaram o papa Francisco.   

"Este evento é muito importante por promover a mútua compreensão e a confiança recíproca, o que fortalecerá a amizade e a normalização das relações diplomáticas entre China e Vaticano", afirmou Jiancheng.   

As exposições conjuntas "Anima Mundi: humano, natureza e harmonia", no Vaticano, e "A Beleza nos une: a viagem na maravilhosa harmonia entre o povo chinês e os Museus Vaticanos", na China, pretendem testemunhar como a arte pode ser um instrumento de diálogo e dimensão de encontro entre seres humanos de diversas culturas.   

Entre as obras de arte selecionadas para a exposição nos Museus Vaticanos estarão 12 pinturas do artista chinês Zhang Yan, entre elas "Iron Staff", doada a Francisco, além de boa parte da coleção permanente do Museu "Anima Mundi".   

Por sua vez, a mostra na China contará com 40 obras, sendo 30 peças de arte antiga chinesa da coleção do Museu Anima Mundi, uma obra da Pinacoteca Vaticana e a pintura Cradling Arms, de Yan.   

Além de Pequim, outras três cidades, incluindo Xian e Xangai, vão receber a exposição histórica.   

Desde a década de 1950, existem fortes diferenças entre o governo chinês e o Vaticano. Isso porque Pequim mantém a Igreja Católica em uma "quase clandestinidade tolerada", enquanto promove outra igreja "patriótica" cujos bispos são nomeados por membros do governo central.   

Desta forma, a Conferência Episcopal da Igreja Católica na China, além de não ser reconhecida pelo Vaticano, comumente dá "conselhos" aos cristãos que nada têm a ver com a doutrina da Igreja Católica. No entanto, desde que o papa Francisco assumiu a liderança da Igreja Católica, ele vem tentando acelerar as negociações para pôr fim - ou amenizar - as divergências em prol dos católicos do país. (ANSA)
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