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Países africanos fecham maior acordo de comércio desde a OMC

21/03/2018 19h57

KIGALI, 21 MAR (ANSA) - Os líderes de 44 países do continente africano firmaram nesta quarta-feira (21) um acordo comercial considerado o maior desde a criação da Organização Mundial do Comércio (OMC), em 1995.   

Batizado de "Área de Livre Comércio da África (AfCFTA, na sigla em inglês), o acordo, feito segundo o modelo da União Europeia, foi assinado durante a 10ª sessão ordinária dos chefes de Estado da União Africana, que acontece na capital de Ruanda, Kigali.   

Com a decisão, os países criam um mercado unificado de 1,2 bilhão de pessoas, com um PIB combinado de mais de US$3,4 trilhões.   

Um dos principais objetivos da parceria é impulsionar o comércio entre os países do continente, além de diminuir a dependência da inconstância dos preços das commodities que afetam diretamente as exportações.   

O acordo entrará em vigor até o final do ano, após ser ratificado pelos Estados. No entanto, o número de países necessários para aprovação da iniciativa ainda não foi atingido, informou o presidente da Comissão da União Africana (UA), Moussa Faki Mahamat.   

"Nossos povos, a nossa comunidade empresarial e a nossa juventude, em particular, não podem esperar mais para ver a superação das barreiras que dividem o nosso continente, impedem a decolagem econômica e perpetuam a miséria, mesmo que a África seja abundantemente rica", disse Mahamat.   

Considerada uma das maiores economias do continente, a Nigéria não participou do tratado, apesar de liderar as negociações com o Egito. O presidente nigeriano, Muhammadu Buhari, ignorou a cúpula influenciado por objeções de grandes empresas e sindicatos que afirmam que o acordo irá ferir seus interesses. Entre os países que assinaram o tratado de livre-comércio estão África do Sul, Marrocos, Egito, Quênia e Argélia. Outras grandes econômicas com crescimento acelerado como Gana e Etiópia também firmaram o acordo. "A África é mais forte quando trabalhamos juntos", disse o presidente do Níger, Mahamadou Issoufou.   

A medida é uma das iniciativas estabelecidas pela UA na Agenda 2063, plano conjunto da organização para metas continentais.   

(ANSA)
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