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Festival de Veneza deste ano tenta refletir realidade

28/08/2018 12h06

VENEZA, 28 AGO (ANSA) - "O que fazer quando o mundo está em chamas?". Pegando o título emprestado do documentário de Roberto Minervini sobre o racismo nos Estados Unidos, a 75ª Mostra Internacional de Cinema de Veneza reflete os dias de hoje pelo olhar de alguns cineastas. A política, a emergência dos migrantes, a condição feminina no mundo e o meio-ambiente são os principais temas dos longas.   


Além disso, as mudanças também estão no centro do próprio cinema como linguagem e como fruição. As telonas encontram outras estradas para exibições, a fim de aproximar o público, como nas novas plataformas streaming, como Netflix e Amazon, que o festival acolherá sem as barreiras que impõe o festival de Cannes.   


A era digital produz experimentações cinematográficas inéditas, que também serão protagonistas do evento italiano. Filmes em realidade virtual estarão em concurso paralelo à seleção oficial, já pelo segundo ano, e uma sala web apresentará 18 filmes em pré-estreia contemporâna mundial.   


Para acompanhar todas as novidades do festival, segue um guia da 75ª edição da Mostra Internacional do Cinema de Veneza: Política: Desde as lacerações em Mosul, no Iraque, onde crianças cresceram com o Estado Islâmico e foram as primeiras vítimas de uma reconstrução no país. Esse tema está em "Isis, Tomorrow", de Francesca Mannocchi e Alessio Romenzi.   


"The Day I Lost My Shadow", de Soudade Kaadan, reflete a condição feminina, e "American Dharma", de Errol Morris, apresenta uma discussão política sobre o presidente norte-americano, Donald Trump. "Monrovia, Indiana", de Frederick Wiseman, viaja na província mais longe que fez o mandatário vencer as eleições estadunidenses. O golpe de Estado na Turquia aparece em "The Announcement", de Mahmut Fazi Coskun, e o líder uruguaiano Mujica vem retratado em "El Pepe", de Emir Kusturica.   


Política também se faz em "Che fare quando il mondo è in fiamme?", longa italiano de Roberto Minervini sobre a comunidade afroamericana de Nova Orleans. Já "Sulla mia pelle", de Alessio Cremonini, apresenta os últimos dias de Stefano Cucchi e a luta de sua irmã pela verdade.   


Italianos: "Capri-Revolution", de Mario Martone, "Suspira", de Luca Guadagnino, com as estrelas Dakota Johnson e Tilda Swinton (que interpreta três papéis na trama) e "Che fare quando il mondo è in fiamme?", de Roberto Minervini. Esses são os três filmes italianos que concorrem pelo Leão de Ouro no Veneza 75.   


Gêneros de autor: Dentre as coisas mais "curiosas", a presença de muitos filmes de gênero realizado pelos autores. Para participar do concurso, com boa dose de ironia, "The Sisters Brothers", de Jacques Audiard. Também "The Ballad of Buster Scruggs", dos irmãos Coen, com um cast que inclui James Franco, Liam Neeson e Tom Waits. Por fim, "The Favourite", de Yorgos Lanthimos.   


Netflix e outras plataformas: Segundo o diretor da mostra, Alberto Barbera, são os novos líderes da produção cinematográfica, e "ignorar, como faz o festival de Cannes, não compete a um festival que não tem legislação específica italiana".   


"Roma", de Alfonso Cuarón, é uma produção Netflix e conta a história de um adolescente nos anos 70 na Cidade do México. Já "Peterloo", de Mike Leigh, que conta sobre o massacre de 1819, foi produzido pela Amazon junto com a Academy Two. (ANSA)
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