Italianos gastam mais com cultura, porém desigualdade cresce
MILÃO, 23 OUT (ANSA) - A despesa dos italianos com cultura teve um crescimento de 2,6% em 2017, chegando a 71,4 bilhões de euros. Desse total, 31 bilhões foram destinados ao teatro, cinema, museus e shows (+3,1% em relação a 2016). Os dados são do 14º relatório da federação das empresas e entidades do setor, a Federculture, apresentado em Milão nesta segunda-feira (22).
Um ponto que chama atenção é a disparidade entre o norte do país (onde a despesa média supera os 150 euros) e o sul (que apresenta média de 95 euros). A região de Trentino-Alto Ádige ocupa o primeiro lugar na classificação, com uma despesa média de 191 euros, enquanto a Sicília aparece em último, com 66 euros mensais per capita.
"Essa diferença é um sério problema", alertou Alberto Bonisoli, ministro de Bens Culturais da Itália. Segundo ele, os dados mostram que a Itália tem grandes tensões internas, oriundas de desigualdade social e disparidades regionais. "Por isso pensamos em uma lei orçamentária que pretende acelerar a economia, mas indo contra a tendência de separar o país em duas velocidades", disse.
Apesar do crescimento da despesa italiana com cultura, o país segue abaixo da média europeia. No orçamento familiar italiano, a cultura representa 6% dos gastos, contra 8,5% dos europeus - os suecos destinam 11% do orçamento doméstico à cultura. O número de pessoas que lê pelo menos um livro por ano aumentou (40,5% em 2016 e 41% em 2017), porém o que mais preocupa é a taxa de 38,8% de italianos adultos que não participam de nenhum tipo de atividade cultural.
Outro dado preocupante, notado por Andrea Cancellato, presidente da Federculture, é que, apesar do crescimento do faturamento de espetáculos ao vivo (+0,71%), o número de bilhetes comprados diminuiu (-4,31%), o que indica um aumento do valor das entradas. Segundo ele, essa é a primeira vez que algo do gênero acontece. (ANSA)Veja mais notícias, fotos e vídeos em www.ansabrasil.com.br.
Um ponto que chama atenção é a disparidade entre o norte do país (onde a despesa média supera os 150 euros) e o sul (que apresenta média de 95 euros). A região de Trentino-Alto Ádige ocupa o primeiro lugar na classificação, com uma despesa média de 191 euros, enquanto a Sicília aparece em último, com 66 euros mensais per capita.
"Essa diferença é um sério problema", alertou Alberto Bonisoli, ministro de Bens Culturais da Itália. Segundo ele, os dados mostram que a Itália tem grandes tensões internas, oriundas de desigualdade social e disparidades regionais. "Por isso pensamos em uma lei orçamentária que pretende acelerar a economia, mas indo contra a tendência de separar o país em duas velocidades", disse.
Apesar do crescimento da despesa italiana com cultura, o país segue abaixo da média europeia. No orçamento familiar italiano, a cultura representa 6% dos gastos, contra 8,5% dos europeus - os suecos destinam 11% do orçamento doméstico à cultura. O número de pessoas que lê pelo menos um livro por ano aumentou (40,5% em 2016 e 41% em 2017), porém o que mais preocupa é a taxa de 38,8% de italianos adultos que não participam de nenhum tipo de atividade cultural.
Outro dado preocupante, notado por Andrea Cancellato, presidente da Federculture, é que, apesar do crescimento do faturamento de espetáculos ao vivo (+0,71%), o número de bilhetes comprados diminuiu (-4,31%), o que indica um aumento do valor das entradas. Segundo ele, essa é a primeira vez que algo do gênero acontece. (ANSA)
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