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Posse de Bolsonaro deve ter 12 líderes internacionais

28/12/2018 14h59

SÃO PAULO, 28 DEZ (ANSA) - A cerimônia de posse do presidente eleito Jair Bolsonaro, em 1º de janeiro de 2019, deve atrair sobretudo líderes da região ou alinhados com sua ideologia.   


Até o momento, o Brasil confirma a presença de 12 chefes de Estado ou de governo no evento, sendo mais da metade deles da América Latina: os presidentes Mauricio Macri (Argentina), Evo Morales (Bolívia), Sebastián Piñera (Chile), Iván Duque (Colômbia), Mario Abdo Benítez (Paraguai), Martín Vizcarra (Peru) e Tabaré Vázquez (Uruguai).   


Da Europa, devem ir a Brasília o presidente social-democrata de Portugal, Marcelo Rebelo de Sousa, e o primeiro-ministro ultranacionalista da Hungria, Viktor Orbán, conhecido por suas políticas antimigrantes e de interferência no Judiciário e na imprensa.   


Já a África enviará o primeiro-ministro do Marrocos, Saadeddine Othmani, e o presidente de Cabo Verde, Jorge Carlos Fonseca. A presença mais aguardada, no entanto, é a do premier de Israel, Benjamin Netanyahu, que chegou ao Brasil nesta sexta-feira (28), em meio a uma grave crise política em seu país e à promessa de Bolsonaro de levar a embaixada brasileira de Tel Aviv para Jerusalém.   


A posse de Dilma em 2011 contou com 22 chefes de Estado e de governo, maior número da redemocratização. A quantidade de líderes na posse de Bolsonaro, contudo, será a maior desde 2007, quando Luiz Inácio Lula da Silva decidiu inaugurar seu segundo mandato apenas na presença de embaixadores.   


Aliados - Além de Israel, o presidente eleito cita somente dois países no capítulo dedicado ao Itamaraty em seu programa de governo: Estados Unidos e Itália, que enviarão expoentes de nível ministerial para a cerimônia de posse.   


A maior economia do mundo será representada pelo secretário de Estado Mike Pompeo, assim como na primeira posse de Dilma, acompanhada pela então ocupante do cargo, Hillary Clinton - em 2015, Barack Obama enviou seu vice, Joe Biden.   


Já a Itália, que tem ensaiado uma aproximação com Bolsonaro, mandará o ministro das Políticas Agrícolas Gian Marco Centinaio, que pertence ao partido ultranacionalista Liga. A legenda, principal força da extrema direita na União Europeia, é liderada pelo ministro do Interior e vice-premier Matteo Salvini, que declarara torcida pelo capitão reformado na corrida presidencial.   


A aproximação com Roma se dá por meio do apoio de Bolsonaro à extradição de Cesare Battisti, que fugiu após ter sua expulsão do país decretada por Michel Temer. Seu paradeiro continua desconhecido.   


Segundo o Itamaraty, a posse de Bolsonaro também terá três-vice-presidentes, 11 chanceleres, 16 enviados especiais, três diretores de organismos internacionais e cerca de 60 delegações estrangeiras. O PT, por sua vez, boicotará a cerimônia, denunciando "falta de lisura" no processo eleitoral.   


Segurança - A posse de Bolsonaro terá um esquema de segurança inédito que inclui até dois mísseis antiaéreos capazes de abater aviões a até sete quilômetros de distância. O presidente Temer já emitiu uma ordem autorizando a derrubada de aeronaves que invadirem o espaço aéreo de Brasília no evento.   


A Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal disse que a cerimônia mobilizará 3,2 mil policiais, e o público não poderá entrar na Praça dos Três Poderes carregando objetos como garrafas, bolsas e mochilas, sprays, máscaras, guarda-chuvas e até carrinhos de bebê.   


Além disso, 20 caças poderão ser acionados a qualquer momento para enfrentar ameaças, incluindo aeronaves supersônicas. Todos os aviões serão proibidos de voar em um raio de 7,4 quilômetros a partir da Praça dos Três Poderes. (ANSA)
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