Saiba diferenças entre vacinas que serão testadas no Brasil
SÃO PAULO, 12 JUN (ANSA) - Com o avanço da pandemia do novo coronavírus (Sars-CoV-2) no Brasil e com suas proporções continentais, o país tem se tornado um bom ponto de estudos para os testes finais das vacinas candidatas a imunizar contra a doença.
Como os números de novos casos da Covid-19 aumentam de maneira exponencial, por exemplo, entre 8 e 11 de junho, a média foi de mais de 27,7 mil casos confirmados por dia, o Brasil tem um amplo campo de estudo para a última fase dos testes, que necessitam de milhares de voluntários. Por motivos éticos, as pessoas não são expostas ao vírus de maneira proposital, por isso, essa última etapa precisa de locais onde a doença ainda conta com a alta circulação.
No início de junho, Universidade de Oxford, no Reino Unido, anunciou que sua vacina, a ChAdOx1 nCoV-19, seria testada no Brasil sob a coordenação da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), com cerca de dois mil voluntários. As doses de teste foram feitas pela empresa italiana Advent-IRBM e, caso funcione, será distribuída mundialmente pela empresa sueco-britânica AstraZeneca.
Nesta quinta-feira (11), o governador de São Paulo, João Doria, anunciou que o Instituto Butantan fechou uma parceria com a empresa chinesa Sinovac Biotech para fazer a fase 3 de testes da candidata CoronaVac no país.
Além dessas duas, há outras duas imunizações na terceira etapas de testes, que é considerada a mais importante porque coloca a vacina em um "teste na prática", ou sejam, verifica se ela de fato imuniza as pessoas que tiverem contato com a doença em um ambiente não controlado.
As outras candidatas são a mRNA-1273, desenvolvida pela empresa Moderna e pelo Instituto Nacional de Alergias e Doenças Infecciosas (NIAID), que está sendo testada nos Estados Unidos, e a Ad5-nCoV, da Cansino e do Instituto de Biotecnologia de Pequim, que é testada na China.
Mas, quais as diferenças das vacinas testadas no país? - Vetores: As duas candidatas no Brasil tem vetores diferentes. A ChAdOx1 nCoV-19 é a mais tecnológica e usa um adenovírus de chimpanzés contendo a proteína spike, que é usada pelo Sars-CoV-2 para agredir as células do corpo humano. O procedimento é considerado um dos mais novos usados no desenvolvimento da vacina.
Já a CoronaVac usa um método mais tradicional para criar a imunização, com uma versão quimicamente inativa do Sars-CoV-2, da mesma forma como foram criadas as usadas no caso da Influenza e algumas hepatites. A forma é considerada a mais segura atualmente.
- Laboratórios: A Sinovac Biotech, fundada em 1993, é um dos quatro laboratórios da China que receberam o aval do governo para investir nas pesquisas para encontrar uma vacina contra o novo coronavírus. A empresa é bastante conhecida na comunidade científica internacional após ter sido o primeiro laboratório chinês a desenvolver uma vacina contra a hepatite A e por ter sido a primeira do mundo a conseguir criar uma vacina contra a gripe H1N1 - também conhecida como Influenza tipo A ou gripe suína.
Entre os anos de 2009 e 2010, o vírus se espalhou mundialmente e, de acordo com dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), causou nove mil mortes.
Já a Oxford Vaccine Group (OVG) foi fundada em 1994 e é ligada à tradicional Universidade de Oxford. O laboratório trabalha na busca do desenvolvimento de vacinas para crianças e adultos e trabalha tanto com profissionais da entidade como faz parcerias com outros laboratórios ou empresas para desenvolver as imunizações.
- Quantidade de testes: No Brasil, a ChAdOx1 nCoV-19 será testada, a princípio, em pelo menos dois mil adultos entre 18 e 55 anos, prioritariamente profissionais de saúde ou pessoas "com risco aumentado de exposição à Covid", como funcionários de limpeza e seguranças de hospitais, informou à ANSA a coordenadora do Centro de Referência para Imunobiológicos Especiais (Crie) da Unifesp, Lily Yin Weckx.
A Universidade de Oxford informa ainda que mais de 10 mil britânicos mais de 11 mil britânicos participaram das fases I e II dos testes. A CoronaVac será testada em cerca de nove mil voluntários no Brasil. Após procedimentos de segurança em macacos, nas fases I e II, foram testados 144 pessoas saudáveis com idades entre 18 e 59 anos.
- Produção e Distribuição: Conforme anúncio do governo de São Paulo e um comunicado oficial da Sinovac, a produção das doses, em caso de sucesso da vacina, pode ser feita no Brasil. Segundo nota da empresa, a parceria para os testes foi o primeiro "em uma série de acordos que devem ser completados entre as partes para estabelecer uma extensa colaboração que inclui a licença da tecnologia, a autorização de mercado e a comercialização da CoronaVac".
Na China, a empresa anunciou que está construindo uma nova fábrica para poder produzir até 100 milhões de doses da imunização por ano. A CoronaVac deve estar disponível até junho de 2021.
Por sua vez, o grupo AstraZeneca anunciou que já começou a produção da vacina, mesmo sem os resultados finais. O acordo com a Oxford permitirá a produção de dois bilhões de doses. Não há informações de como o Brasil se beneficiará por realizar os testes. (ANSA)Veja mais notícias, fotos e vídeos em www.ansabrasil.com.br.
Como os números de novos casos da Covid-19 aumentam de maneira exponencial, por exemplo, entre 8 e 11 de junho, a média foi de mais de 27,7 mil casos confirmados por dia, o Brasil tem um amplo campo de estudo para a última fase dos testes, que necessitam de milhares de voluntários. Por motivos éticos, as pessoas não são expostas ao vírus de maneira proposital, por isso, essa última etapa precisa de locais onde a doença ainda conta com a alta circulação.
No início de junho, Universidade de Oxford, no Reino Unido, anunciou que sua vacina, a ChAdOx1 nCoV-19, seria testada no Brasil sob a coordenação da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), com cerca de dois mil voluntários. As doses de teste foram feitas pela empresa italiana Advent-IRBM e, caso funcione, será distribuída mundialmente pela empresa sueco-britânica AstraZeneca.
Nesta quinta-feira (11), o governador de São Paulo, João Doria, anunciou que o Instituto Butantan fechou uma parceria com a empresa chinesa Sinovac Biotech para fazer a fase 3 de testes da candidata CoronaVac no país.
Além dessas duas, há outras duas imunizações na terceira etapas de testes, que é considerada a mais importante porque coloca a vacina em um "teste na prática", ou sejam, verifica se ela de fato imuniza as pessoas que tiverem contato com a doença em um ambiente não controlado.
As outras candidatas são a mRNA-1273, desenvolvida pela empresa Moderna e pelo Instituto Nacional de Alergias e Doenças Infecciosas (NIAID), que está sendo testada nos Estados Unidos, e a Ad5-nCoV, da Cansino e do Instituto de Biotecnologia de Pequim, que é testada na China.
Mas, quais as diferenças das vacinas testadas no país? - Vetores: As duas candidatas no Brasil tem vetores diferentes. A ChAdOx1 nCoV-19 é a mais tecnológica e usa um adenovírus de chimpanzés contendo a proteína spike, que é usada pelo Sars-CoV-2 para agredir as células do corpo humano. O procedimento é considerado um dos mais novos usados no desenvolvimento da vacina.
Já a CoronaVac usa um método mais tradicional para criar a imunização, com uma versão quimicamente inativa do Sars-CoV-2, da mesma forma como foram criadas as usadas no caso da Influenza e algumas hepatites. A forma é considerada a mais segura atualmente.
- Laboratórios: A Sinovac Biotech, fundada em 1993, é um dos quatro laboratórios da China que receberam o aval do governo para investir nas pesquisas para encontrar uma vacina contra o novo coronavírus. A empresa é bastante conhecida na comunidade científica internacional após ter sido o primeiro laboratório chinês a desenvolver uma vacina contra a hepatite A e por ter sido a primeira do mundo a conseguir criar uma vacina contra a gripe H1N1 - também conhecida como Influenza tipo A ou gripe suína.
Entre os anos de 2009 e 2010, o vírus se espalhou mundialmente e, de acordo com dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), causou nove mil mortes.
Já a Oxford Vaccine Group (OVG) foi fundada em 1994 e é ligada à tradicional Universidade de Oxford. O laboratório trabalha na busca do desenvolvimento de vacinas para crianças e adultos e trabalha tanto com profissionais da entidade como faz parcerias com outros laboratórios ou empresas para desenvolver as imunizações.
- Quantidade de testes: No Brasil, a ChAdOx1 nCoV-19 será testada, a princípio, em pelo menos dois mil adultos entre 18 e 55 anos, prioritariamente profissionais de saúde ou pessoas "com risco aumentado de exposição à Covid", como funcionários de limpeza e seguranças de hospitais, informou à ANSA a coordenadora do Centro de Referência para Imunobiológicos Especiais (Crie) da Unifesp, Lily Yin Weckx.
A Universidade de Oxford informa ainda que mais de 10 mil britânicos mais de 11 mil britânicos participaram das fases I e II dos testes. A CoronaVac será testada em cerca de nove mil voluntários no Brasil. Após procedimentos de segurança em macacos, nas fases I e II, foram testados 144 pessoas saudáveis com idades entre 18 e 59 anos.
- Produção e Distribuição: Conforme anúncio do governo de São Paulo e um comunicado oficial da Sinovac, a produção das doses, em caso de sucesso da vacina, pode ser feita no Brasil. Segundo nota da empresa, a parceria para os testes foi o primeiro "em uma série de acordos que devem ser completados entre as partes para estabelecer uma extensa colaboração que inclui a licença da tecnologia, a autorização de mercado e a comercialização da CoronaVac".
Na China, a empresa anunciou que está construindo uma nova fábrica para poder produzir até 100 milhões de doses da imunização por ano. A CoronaVac deve estar disponível até junho de 2021.
Por sua vez, o grupo AstraZeneca anunciou que já começou a produção da vacina, mesmo sem os resultados finais. O acordo com a Oxford permitirá a produção de dois bilhões de doses. Não há informações de como o Brasil se beneficiará por realizar os testes. (ANSA)
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