Suspensão da vacina da AstraZeneca é só 'precaução', diz ministro italiano
Em meio à suspensão da vacina anti-Covid da AstraZeneca em diversos países europeus, o ministro da Saúde da Itália, Roberto Speranza, afirmou hoje que quem já tomou o imunizante não tem razão para se preocupar.
As restrições à vacina da multinacional anglo-sueca surgiram após o relato de alguns casos de trombose e embolia em pessoas recém-imunizadas. Até agora, não há nenhum elemento que indique uma relação de causa e efeito entre os dois eventos.
"Quem já tomou a vacina da AstraZeneca não tem razão para ficar preocupado, essa paralisação é apenas uma precaução. As vacinas continuam sendo a arma fundamental para sair desses meses difíceis", declarou Speranza em um evento online promovido pelo jornal Corriere della Sera.
Mais de 15 países da Europa já suspenderam a aplicação da fórmula da AstraZeneca ou pelo menos do lote ABV 2856, com o qual foram vacinadas algumas pessoas que tiveram problemas de coagulação sanguínea. A última nação a anunciar a paralisação é a Suécia.
Os países aguardam um posicionamento da Agência Europeia de Medicamentos (EMA), que, no entanto, já reiterou diversas vezes que não há motivo para interromper a vacinação com o imunizante da AstraZeneca.
"A relação entre benefícios e riscos é considerada positiva", declarou o responsável pela estratégia de imunização da EMA, Marco Cavaleri, em audiência no Parlamento Europeu na última segunda-feira. A agência fará uma reunião para discutir o assunto na próxima quinta.
Já o presidente da Agência Italiana de Medicamentos (Aifa), Giorgio Palù, afirmou nesta terça, ao Corriere della Sera, que não existem evidências científicas de uma relação "causa-efeito" entre a vacina e os casos de trombose.
"Nas bulas de medicamentos mais comuns estão elencados uma série de efeitos indesejados muito superiores àqueles das vacinas", ressaltou. O Reino Unido, país que mais usou a fórmula da AstraZeneca até o momento, em 11 milhões de pessoas, se recusou a suspender o imunizante.
Segundo o governo britânico, os relatos de coagulação sanguínea registrados até agora "não são maiores do que o número que teria ocorrido naturalmente na população vacinada".
De acordo com o Instituto Nacional de Estatística (Istat), a Itália tem cerca de 220 mil mortes por ano em função de doenças no sistema circulatório, sendo 55.434 por patologias cerebrovasculares como aquelas que acometeram algumas pessoas vacinadas. (ANSA).
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