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Conselho da ONU pede novo governo inclusivo no Afeganistão

Combatentes do Taleban dentro do palácio presidencial em Cabul, Afeganistão - Reprodução/Al Jazeera
Combatentes do Taleban dentro do palácio presidencial em Cabul, Afeganistão Imagem: Reprodução/Al Jazeera

16/08/2021 15h45Atualizada em 16/08/2021 16h50

O Conselho de Segurança da ONU se reuniu nesta segunda-feira (16) e pediu o estabelecimento, por meio de negociações, de um novo governo no Afeganistão que seja "unido, inclusivo, representativo", inclusive com a participação plena, igualitária e significativa das mulheres".

O conselho de 15 membros solicitou ainda o fim imediato das hostilidades e abusos dos direitos humanos, além de pedir que todas as partes permitam o acesso humanitário imediato, seguro e desimpedido.

"Todas as partes devem respeitar suas obrigações de acordo com o Direito Internacional Humanitário em todas as circunstâncias, incluindo aquelas relacionadas à proteção de civis", diz o comunicado, ressaltando que a segurança de todos os cidadãos afegãos e internacionais deve ser garantida.

Ontem (15), cerca de duas décadas depois da invasão americana e poucos meses após o início da retirada das tropas dos Estados Unidos e da Otan do país, o grupo Talibã derrubou o governo e retornou ao poder.

Durante o período em que o Talibã assumiu o Afeganistão, entre 1996 e 2001, as mulheres não podiam trabalhar, tinham que cobrir o rosto e sempre estar acompanhadas por um parente do sexo masculino se quisessem sair de casa, enquanto que as meninas não podiam frequentar a escola.

"Estamos recebendo relatos assustadores de severas restrições aos direitos humanos em todo o país. Estou particularmente preocupado com os relatos de crescentes violações dos direitos humanos contra as mulheres e meninas do Afeganistão ", disse o secretário-geral das Nações Unidos, António Guterres.

O português pediu que a comunidade internacional se una para preservar o respeito aos direitos humanos no Afeganistão e evitar que a nação seja usada como plataforma ou porto seguro para organizações terroristas.

"Devemos falar com uma só voz para apoiar os direitos humanos no Afeganistão", disse Guterres, convidando o "Talibã e todas as partes a respeitar e proteger os direitos e as liberdades".

Segundo o diplomata, "os próximos dias serão fundamentais", principalmente porque "o mundo está de olho" e "não podemos e não devemos abandonar o povo afegão".

"Peço o fim imediato da violência, o respeito pelos direitos de todos os afegãos e o respeito do Afeganistão por todos os acordos internacionais dos quais faz parte. Neste momento, exorto seriamente todas as partes, especialmente o Talibã, a exercer a máxima contenção para proteger vidas humanas", finalizou.