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CEO da Juve depõe por 3 horas sobre supostos crimes financeiros

29/11/2021 16h21

TURIM, 29 NOV (ANSA) - O CEO da Juventus, Maurizio Arrivabene, foi interrogado nesta segunda-feira (29) durante três horas pelo Ministério Público de Turim sobre as suspeitas de crimes financeiros no clube mais rico da Itália.   


No cargo há menos de seis meses, Arrivabene foi ouvido como testemunha e não é investigado. Ex-Ferrari, o executivo já é conselheiro da Juve há vários anos, mas assumiu a função de CEO de futebol apenas em 30 de junho de 2021.   


O teor do depoimento não foi divulgado pelo Ministério Público, que investiga a suspeita de falsa comunicação corporativa e emissão de notas frias para operações inexistentes nos balanços relativos às últimas três temporadas.   


Até o momento, são investigados o presidente Andrea Agnelli, o vice-presidente Pavel Nedved, o ex-diretor esportivo Fabio Paratici (atualmente no Tottenham), o diretor financeiro Stefano Cerrato, o ex-diretor financeiro Stefano Bertola e o ex-dirigente Marco Re.   


A Juventus também é alvo do inquérito enquanto pessoa jurídica.   


De acordo com o MP, o clube realizou investimentos além das previsões orçamentárias e outras operações "pouco precisas", incluindo pagamento de salários excessivos.   


Segundo os investigadores, o clube lançava em seus balanços ganhos de capital fictícios provenientes da compra e venda de jogadores, receitas que seriam de "natureza meramente contábil".   


As operações suspeitas totalizam pouco mais de 280 milhões de euros em três anos.   


Dessa forma, o prejuízo da Juve em 2018/19 teria sido de 171 milhões de euros, ao invés dos 39 milhões anunciados no balanço oficial; em 2019/20, de 209 milhões, ao invés de 89 milhões; e em 2020/21, de 240 milhões, ao invés de 209 milhões.   


Uma das transações suspeitas é a compra de Marley Aké, do Olympique de Marseille, por 8 milhões de euros, em troca da cessão pelo mesmo valor de Franco Tongya, cria das categorias de base da Velha Senhora.   


Outro caso é a aquisição do atacante Alejandro Márques, do Barcelona, por 8,2 milhões de euros, em troca do empréstimo com opção de compra do meio-campista brasileiro Matheus Pereira, ex-Corinthians e avaliado em 8 milhões de euros.   


Os investigadores acreditam que a Juventus usava a cessão de jovens jogadores por "valores fora do padrão" para esconder prejuízos. Ou seja, o clube comprava um atleta por determinada quantia, mas, para não lançar esse número no balanço, dizia que havia cedido um jogador por um montante parecido. (ANSA).   


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