Teatro italiano nega que ópera russa seja 'propaganda de Putin'
MILÃO, 22 NOV (ANSA) - O superintendente do Teatro alla Scala, de Milão, Dominique Meyer, voltou a defender nesta terça-feira (22) a escolha de apresentar uma ópera russa na abertura da temporada 2022/2023 e disse que a decisão "não é uma propaganda para Vladimir Putin".
"Não há nada aqui que vá contra a Ucrânia. Há um espetáculo que está sendo preparado há três anos, uma grande obra de arte.
E repito: não vou me esconder ao ler Dostoiévski ou Puskin", disse durante a apresentação oficial do cronograma.
A ópera escolhida para a abertura da temporada em 7 de dezembro é a "Boris Godunov", de Modest Mussorgsky (1839-1881), e foi alvo de um protesto formal do cônsul ucraniano em Milão, Adrii Kartysh.
Para o diplomata, a cultura é "utilizada pela Federação Russa para dar peso na afirmação de sua grandeza e potência" e "assegurar a sua propagação não pode nutrir a imagem do regime vigente hoje".
Também presente na apresentação, o diretor Kasper Holten defendeu que o "mundo precisa de mais arte e não de menos".
"Mussorgsky era um artista que tinha colocado o poder em discussão, que nunca escondeu a crueldade. Por isso, é justo fazer isso agora", afirmou.
Para Holten, Boris é um personagem do estilo shakespeariano que é consumido pelo poder "como Macbeth ou Ricardo III". "Os hábitos são em parte aqueles da época de Boris, pelos anos 1500, de Puskin, dos anos 1800, e dos atuais porque é uma história de vítimas inocentes de homens que querem o poder com cinismo, homens que são iguais nas épocas de Boris, Puskin ou na nossa", pontuou ainda.
Além de reclamar da abertura com a ópera, a Ucrânia ainda queria que um recital da soprano Anna Netrebko fosse cancelado.
Ao todo, a programação 2022/23 terá ao menos 272 espetáculos, entre eles, 10 concertos da Filarmonica della Scala. (ANSA).
Veja mais notícias, fotos e vídeos em www.ansabrasil.com.br.
"Não há nada aqui que vá contra a Ucrânia. Há um espetáculo que está sendo preparado há três anos, uma grande obra de arte.
E repito: não vou me esconder ao ler Dostoiévski ou Puskin", disse durante a apresentação oficial do cronograma.
A ópera escolhida para a abertura da temporada em 7 de dezembro é a "Boris Godunov", de Modest Mussorgsky (1839-1881), e foi alvo de um protesto formal do cônsul ucraniano em Milão, Adrii Kartysh.
Para o diplomata, a cultura é "utilizada pela Federação Russa para dar peso na afirmação de sua grandeza e potência" e "assegurar a sua propagação não pode nutrir a imagem do regime vigente hoje".
Também presente na apresentação, o diretor Kasper Holten defendeu que o "mundo precisa de mais arte e não de menos".
"Mussorgsky era um artista que tinha colocado o poder em discussão, que nunca escondeu a crueldade. Por isso, é justo fazer isso agora", afirmou.
Para Holten, Boris é um personagem do estilo shakespeariano que é consumido pelo poder "como Macbeth ou Ricardo III". "Os hábitos são em parte aqueles da época de Boris, pelos anos 1500, de Puskin, dos anos 1800, e dos atuais porque é uma história de vítimas inocentes de homens que querem o poder com cinismo, homens que são iguais nas épocas de Boris, Puskin ou na nossa", pontuou ainda.
Além de reclamar da abertura com a ópera, a Ucrânia ainda queria que um recital da soprano Anna Netrebko fosse cancelado.
Ao todo, a programação 2022/23 terá ao menos 272 espetáculos, entre eles, 10 concertos da Filarmonica della Scala. (ANSA).
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