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Países não podem impor cultura ao Irã, diz embaixador em Roma

12/01/2023 10h27

ROMA, 12 JAN (ANSA) - O embaixador do Irã na Itália, Mohammad Reza Sabouri, afirmou nesta quinta-feira (12) que outros países não podem impor sua cultura à nação persa.   

A declaração foi dada em entrevista coletiva à imprensa italiana, um dia após o presidente Sergio Mattarella ter expressado indignação ao diplomata por conta da repressão às manifestações pelos direitos das mulheres no Irã.   

"A República do Irã respeita os valores humanos, mas não aceitamos que outros países queiram impor sua cultura. A liberdade é um dos valores do Irã", disse Sabouri, que entregou suas credenciais a Mattarella na última quarta (11).   

"Nós também cometemos erros, mas não aceitamos leituras políticas e ingerências. Não vamos trocar nossa independência e segurança por nada", acrescentou o embaixador.   

O diplomata ainda afirmou que os manifestantes executados pelo regime dos aiatolás tiveram "julgamentos justos" e negou as denúncias de estupros contra mulheres na prisão.   

Na quarta, Mattarella expressou a "firme condenação" por parte da Itália e sua "indignação pessoal" com a "repressão brutal a manifestantes".   

O Irã vive em convulsão social desde setembro, quando a jovem curda Mahsa Amini morreu sob custódia da polícia moral após ter sido detida por suposto uso incorreto do véu islâmico.   

Desde então, mais de 500 pessoas já foram mortas em manifestações pelos direitos das mulheres, segundo organizações humanitárias, e quatro indivíduos foram executados pela Justiça.   

O país é governado desde 1979 por um regime teocrático islâmico de vertente xiita, fruto da revolução que derrubou o xá Mohammad Reza Pahlavi, que era bancado pelo Ocidente. (ANSA).   

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