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Ministério dos Povos Indígenas ataca aprovação de marco temporal

Lula (esq.) e a ministra dos Povos Indígenas, Sonia Guajajara Imagem: Ricardo Stuckert - 8.ago.2023/Divulgação

28/09/2023 08h42Atualizada em 28/09/2023 09h07

SÃO PAULO, 28 SET (ANSA) - O Ministério dos Povos Indígenas (MPI) lamentou a aprovação pelo Senado de um projeto de lei que institui a tese do marco temporal para a demarcação de terras.

O texto estabelece que os indígenas só podem reivindicar a posse de áreas que já estavam ocupadas na promulgação da Constituição, em 5 de outubro de 1988, contrariando o entendimento do Supremo Tribunal Federal (STF), que invalidou a tese do marco temporal.

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Segundo o MPI, o projeto aprovado pelo Senado "atenta contra os direitos dos povos indígenas" e "vai na contramão das conversas globais de proteção ao meio ambiente e da liderança brasileira na agenda contra as mudanças climáticas".

"Além de tentar transformar em lei a tese inconstitucional do marco temporal, o projeto avança sobre outros temas preocupantes para os povos indígenas, como possível revisão de territórios já demarcados, cultivo de organismos geneticamente modificados e expropriação de territórios indígenas baseada em alegada alteração cultural", alertou a pasta, que é chefiada pela líder indígena Sonia Guajajara (Psol).

"O direito dos indígenas aos seus territórios é tido como fundamental, algo que não é passível de mudança nem por emendas à Constituição, muito menos por projetos de lei", acrescentou o MPI.

O projeto pode ser vetado total ou parcialmente pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e também deve ser questionado judicialmente por contrariar o posicionamento do STF.

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