Médicos e enfermeiros da Itália iniciam greve nacional de 24h

ROMA, 5 DEZ (ANSA) - Médicos e enfermeiros do setor de saúde da Itália iniciaram nesta terça-feira (5) uma greve nacional de 24 horas, na qual os cidadãos italianos vão enfrentar interrupções nos serviços sanitários.   

Os profissionais protestam contra cortes e medidas que afetam a saúde contidas no projeto de Lei Orçamentária de 2024, atualmente em tramitação no Parlamento.   

A mobilização foi convocada pelo principal sindicato hospitalar, a Associação dos Médicos e Dirigentes Sanitários da Itália (Anaao-Assomed), e pela Confederação Italiana de Médicos Hospitalares (Cimo), e conta com a adesão do sindicato do enfermeiros Nursing Up.   

Até o momento, cerca de 85% dos médicos e enfermeiros do país participam do ato, o que pode afetar cerca de 1,5 milhão de consultas, exames e intervenções, as quais devem ser canceladas, segundo os sindicatos.   

"Estamos falando de um corte no subsídio das aposentadorias de pelo menos 50 mil pessoas, no valor de até 26.347 euros por ano e vitalício", afirmaram os organizadores sobre as medidas contestadas no projeto de lei do orçamento para 2024.   

Entre as questões reivindicadas pela greve estão a contratação de pessoal, isenção fiscal de uma parte da remuneração, recursos adequados para a renovação do contrato de trabalho, descriminalização de atos médicos e cancelamento dos cortes nas aposentadorias.   

"Se, com este orçamento, o governo pretende afastar ainda mais os médicos do serviço nacional de saúde, teremos todo o prazer em ajuda-los", enfatizaram o secretário da Anaao Assomed, Pierino Di Silverio, e o presidente da Cimo, Guido Quici.   

"E quando os pacientes que vão ao hospital encontrarem ainda menos profissionais para tratá-los, saberão a quem culpar", acrescentaram.   

O ex-ministro da Saúde da Itália Roberto Speranza, do Partido Democrático (PD), de oposição ao governo da premiê Giorgia Meloni, também criticou a proposta "mecanismo de recálculo que leva a uma redução significativa nas pensões dos médicos".   

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"De heróis da pandemia ao roubo de pensões: é uma verdadeira vergonha que deve ser remediada o mais rapidamente possível", declarou ele.   

Na noite passada, o ministro das Relações com o Parlamento, Luca Ciriani, disse que, "até o final da semana", o governo apresentaria as suas alterações ao projeto de lei orçamentária, incluindo "a mais importante sobre as pensões dos médicos".   

"Acabei de falar sobre isso com o [ministro da Economia, Giancarlo] Giorgetti, eles ainda estão trabalhando nisso, esperamos que fique pronto rapidamente", concluiu. (ANSA).   

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