Zelensky pressiona por ajuda no Senado americano

WASHINGTON, 5 DEZ (ANSA) - Por Benedetta Guerrera - Volodymyr Zelensky retorna, virtualmente, a Washington em um momento crucial para o futuro da guerra na Ucrânia, com o Congresso americano dividido sobre a ajuda a Kiev e o alerta da Casa Branca sobre o risco de que, sem os fundos dos EUA, a Rússia de Vladimir Putin prevalecerá e estenderá suas ambições expansionistas pelo resto da Europa.   

Há quase um ano, o presidente ucraniano foi pessoalmente à capital americana e subiu ao Capitólio para fazer mais um apelo em apoio ao seu exército contra o invasor russo e na batalha pela democracia.   

No entanto, nos últimos doze meses, o cenário mudou completamente: a guerra em Gaza eclipsou a situação na Ucrânia, a Câmara dos EUA está nas mãos dos republicanos hostis aos "cheques em branco" para Kiev e, com as eleições presidenciais se aproximando, Joe Biden tem menos margem de manobra do que no ano passado.   

Não por acaso, Zelensky optou por se dirigir ao Senado, onde os democratas ainda detêm a maioria, em uma reunião fechada e supersecreta na presença do Secretário de Estado, Antony Blinken, do Secretário de Defesa, Lloyd Austin e da diretora de inteligência dos EUA, Avril Haynes.   

Uma plateia que indica o quanto a questão é crucial para a administração americana e quão alta é a aposta.   

Após destinar cerca de 70 bilhões em apoio militar, humanitário e financeiro à Ucrânia desde o início da invasão de Moscou, em outubro passado Biden pediu ao Congresso que aprovasse outro pacote ambicioso de ajuda no valor de 106 bilhões de dólares, que inclui não apenas os fundos para Kiev, mas também para Israel e para o gerenciamento da crise migratória.   

Uma manobra do presidente democrata para contornar a oposição dos republicanos, reunindo em um único voto as três emergências, mas que está se revelando ineficaz.   

De um lado, os republicanos da Câmara querem usar a ajuda à Ucrânia como moeda de troca para introduzir medidas anti-imigrantes cada vez mais rígidas no pacote. Por outro lado, os democratas nunca concordarão em votar uma lei que preveja um fechamento quase total das fronteiras do sul.   

Além disso, há divisões também dentro do Grand Old Party entre aqueles que, como o líder da minoria no Senado Mitch McConnell, querem continuar a apoiar Zelensky e aqueles que, como o trumpista Matt Gaetz, que em nome do princípio "América Primeiro" acredita que o dinheiro destinado a Kiev deve ser redirecionado para emergências internas e acusa a Europa de ter se acomodado aos louros americanos.   

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O Congresso conseguirá aprovar o novo pacote até o final do ano? Difícil, dadas as condições das negociações e as enormes distâncias entre as partes.   

Segundo a Casa Branca, na ausência de novas ajudas a Kiev, há um perigo muito real de que o czar triunfe e o conflito se alastre para outros países europeus, com consequências inimagináveis para os Estados Unidos e seus aliados. (ANSA).   

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