Apagão tira votos de Nunes, mas não melhora situação de Boulos
O novo Datafolha revela que o apagão tirou votos Ricardo Nunes. Mas o recuo foi de escassos quatro pontos percentuais. Os eleitores que agora torcem o nariz para o prefeito não migraram para Guilherme Boulos. Preferiram engrossar a coluna dos votos brancos e nulos.
Com isso, a apenas dez dias da eleição, o favoritismo de Nunes ainda é achachapante. Em uma semana, sua vantagem caiu de 22 para 18 pontos percentuais. Ainda que o movimento de queda do prefeito perdure, o ritmo de conta-gotas conspira contra a hipótese de virada idealizada por Boulos.
Para complicar, a taxa de rejeição de Boulos manteve-se num patamar de inelegibilidade. Embora tenha oscilado dois pontos para baixo, 56% do eleitorado ainda declara que jamais votaria em Boulos. A taxa de ojeriza a Nunes também recuou dois pontos, estacionando em administráveis 35%.
Cavalgando a vantagem, Nunes fez uma opção preferencial pela fuga. Compareceu a um confronto com Boulos, na Band. Escapou dos debates de dois pools: CBN-Globo-Valor e UOL-Folha-Rede TV!. Planeja fugir de mais dois debates até sábado, no SBT e na Record. Chamado de "covarde" pelo rival, Nunes concluiu que a má fama é preferível ao risco da exposição ao contraditório.
A metereologia sinaliza a hipótese de um novo temporal nos próximos dias. O comitê de Nunes vive a psicose do que está por vir. Entretanto, o grosso do eleitorado do prefeito parece não ser atingido pelo que acontece ou ainda pode acontecer, e sim por sua opinião sobre os acontecimentos. Quem sonhava com o fato novo, precisa agora rezar em voz baixa pelo pesadelo de um dilúvio.
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