Corina Machado alerta sobre 'escalada repressiva' na Venezuela

ROMA, 17 JUL (ANSA) - por Patrizia Antonini - "Estou soando um alarme ao mundo sobre a escalada da repressão de Maduro contra aqueles que trabalham na campanha eleitoral ou nos ajudam em qualquer parte do país: ele fez da violência e da repressão a sua campanha eleitoral". A acusação da líder da oposição, Maria Corina Machado, é contundente.   

Na última etapa das eleições presidenciais de 28 de julho, que opõem o candidato das oposições unidas na Plataforma Democrática Unida (PUD), Edmundo González, e o atual presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, a mão das autoridades de Caracas se tornou mais pesada.   

Não passa um dia sem que os meios de comunicação públicos (onde a pluralidade é uma quimera) falem de conspirações e de "traidores que merecem ir para a prisão".   

A última suposta conspiração da oposição foi denunciada por um grupo que se diz membro dos paramilitares colombianos das Autodefensas Conquistadoras de la Sierra Nevada. A acusação foi documentada em um vídeo, depois apresentado a um grupo de embaixadores convocados pelo ministro das Relações Exteriores, Yvan Gil, para alertar sobre as maquinações de opositores políticos para "desestabilizar o país".   

Contudo, não passa um dia sem notícias de novas "prisões arbitrárias" nas redes sociais, nos portais de informação independentes e nos sites das ONGs de defesa dos direitos humanos. A mais recente é a do responsável pela segurança de Machado, Milciades Avila.   

Segundo a denúncia do Vente Venezuela (movimento político fundado pelo líder), o homem foi levado de madrugada pelas autoridades, em um ato de "violação de todos os procedimentos legais".   

Machado explicou que o homem foi preso "sob a acusação de violência de gênero contra algumas mulheres que tentaram" agredir ela e Gonzalez no último sábado, por ocasião de um evento de campanha eleitoral.   

"Há dezenas de testemunhas e vídeos que comprovam que foi uma provocação. Planejaram para que nos deixassem sem proteção 11 dias" antes das eleições, alertou a política.   

Por outro lado, o número de detenções é constantemente atualizado para cima, e a isso se soma o crescente número de restaurantes forçados a fechar suas portas após servirem refeições aos líderes da oposição, tanto que Gonzalez começou a levar o café da manhã com ele para evitar parar em lanchonetes, o que poderia causar retaliações aos estabelecimentos.   

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Só no último fim de semana, pelo menos nove apoiadores acabaram algemados. Não foram apenas os gestores de campanha que acabaram atrás das grades, mas também o motorista de um caminhão que ajudou Machado e Gonzalez em um palco eleitoral e até um jovem cantor culpado por compor uma música em homenagem ao líder.   

"Vamos monitorar a situação, porque a Venezuela não está sozinha. Hoje a Venezuela está sob os olhos do mundo e documentaremos a repressão de um regime que tem medo de perder as eleições", afirmou a advogada do PUD, Tamara Suju. (ANSA).   

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