Topo

Os desastres aéreos que abalaram o Brasil

29/11/2016 21h08

O desastre com o avião que levava a Chapecoense até a Colômbia é o mais recente a consternar o Brasil.

Relembre, a seguir, outras tragédias aéreas que abalaram o país nas últimas décadas:

Rio de Janeiro, fevereiro de 1960

Um avião da Companhia Real se chocou contra um quadrimotor da Marinha dos Estados Unidos no Rio de Janeiro. Ao todo, 61 pessoas morreram.

Orly, França, julho de 1973

Um voo da Varig que havia decolado do Rio de Janeiro caiu a quatro quilômetros do aeroporto de Orly, na França.

No total, 123 pessoas morreram e apenas onze sobreviveram - dez tripulantes e um passageiro.

O acidente chocou o país. Entre os mortos estavam o cantor Agostinho dos Santos, a atriz Regina Lécrery e o iatista Joerg Bruder.

O avião, um Boeing 707, realizou um pouso de emergência em uma plantação de cebolas.

Os pilotos escolheram pousar ali porque havia um incêndio dentro da aeronave, na parte de trás.

Investigações concluíram que o fogo começou em um dos banheiros, provavelmente por causa de um cigarro aceso deixado em um dos cestos.

Serra da Aratanha, junho de 1982

Em 8 de junho de 1982 um Boeing da Vasp que ia de São Paulo a Fortaleza se chocou contra a Serra da Aratanha, no norte do Ceará. Todos os 135 ocupantes morreram.

O comandante pediu autorização ao controle de tráfego aéreo para baixar a altitude do avião a cerca de 253 quilômetros de Fortaleza. Pelas cartas de navegação, este pedido deveria ser feito a 159 quilômetros.

A tripulação estabilizou o avião nesta altitude. Os alarmes soaram na cabine, mas o piloto os ignorou e pouco antes das 3h o Boeing se chocou contra a serra.

São Paulo, março de 1996

Na noite de 2 de março de 1996, o tempo estava fechado na Grande São Paulo e havia neblina em parte da Serra da Cantareira.

Por volta das 23h15, um jato executivo Learjet avançou sobre as árvores, atravessou a névoa e colidiu na mata.

Nove ocupantes morreram: dois tripulantes, um segurança, um assistente de palco e os cinco integrantes da banda Mamonas Assassinas.

Viajavam Alecsander Alves (Dinho, de 24 anos, vocalista, Alberto Hinoto (Bento), de 26, guitarrista, Júlio Cesar Barbosa (Júlio Rasec), 28, tecladista, e os irmãos Samuel e Sérgio Reis de Oliveira (Samuel e Sério Reoli), de 22 e 16 anos, baixista e baterista da banda.

Eles voltavam de um show em Brasília, o último de uma longa turnê pelo país.

A banda estava no auge de seu sucesso depois de estourar em 1995 e vender, em nove meses, mais de 1,2 milhão de discos.

A morte repentina chocou o país e milhões de fãs.

São Paulo, outubro de 1996

Na manhã de 31 de outubro de 1996, o voo 402, um Fokker 100, da TAM, decolou de Congonhas para o Rio de Janeiro.

Apenas 24 segundos depois, caiu sobre oito casas da Rua Luís Orsini de Castro, no bairro do Jabaquara, na zona sul de São Paulo.

Morreram 99 pessoas: 96 que estavam no avião e mais três em terra.

As investigações mostraram que a queda do avião foi provocada por uma falha no reversor de uma das turbinas, que abriu durante a decolagem, fazendo o piloto perder o controle da aeronave.

Uma das asas do avião ainda cortou parte de um prédio e levou o telhado de um sobrado.

Mato Grosso, setembro de 2006

Em 29 de setembro de 2006, um jato Legacy colidiu com um Boeing da Gol na Floresta Amazônica.

O acidente resultou na morte de 154 pessoas, entre tripulantes e passageiros.

Foi o segundo acidente aéreo mais grave da história do Brasil em número de vítimas.

Os pilotos do jato, os americanos Joseph Lepore e Jan Paul Paladino, sobreviveram depois de um pouso de emergência com o Legacy. Os dois foram condenados em 2011 pelo acidente.

Em outubro de 2015, depois de o processo passar pelo Supremo Tribunal Federal, os dois pilotos foram condenados a três anos, um mês e dez dias de prisão. Mas até setembro de 2016 eles não tinham sequer recebido uma notificação da sentença.

São Paulo, julho de 2007

Em 17 de julho de 2007, um avião da TAM que vinha de Porto Alegre não conseguiu parar na pista ao pousar no Aeroporto de Congonhas, na zona sul de São Paulo.

A aeronave se chocou contra um prédio da companhia aérea. Ao todo, 199 pessoas morreram, 186 a bordo e outras 13 no solo, entrando para a história como o pior desastre aéreo já registrado em terras brasileiras.

Em 2015, a Justiça Federal em São Paulo absolveu os três acusados pelo acidente: o então diretor de segurança de voo da companhia aérea, Marco Aurélio dos Santos de Miranda e Castro, o então vice-presidente de operações da TAM, Alberto Fajerman, e Denise Abreu, que na época era diretora da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac).

Fernando de Noronha, maio de 2009

Em 31 de maio de 2009, o voo 447 da Air France, que ia do Rio de Janeiro para Paris, caiu no oceano Atlântico, a cerca de 600 quilômetros de Fernando de Noronha.

As 228 pessoas a bordo, entre elas 58 brasileiros, morreram.

O Airbus A330 desapareceu dos radares cerca de quatro horas depois de decolar do Aeroporto Internacional Tom Jobim.

Entre os mortos estavam executivos como Luiz Roberto Anastácio (Michelin) e Erich Heine (Thyssenkrupp CSA), o príncipe Pedro Luís de Orleans e Bragança, descendente de Dom Pedro 2º e o maestro Silvio Barbato.