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Ataque em Londres: quem eram as vítimas?

23/03/2017 09h23

A britânica Aysha Frade, de 43 anos, foi a primeira vítima a ser identificada do ataque terrorista no Parlamento em Londres na quarta-feira (23), que deixou quatro mortos e 40 feridos. Ela cruzava a ponte de Westminster para buscar seus dois filhos, de 8 e 11 anos, na escola quando um carro subiu sobre a calçada e atropelou vários pedestres que andavam no local.

Aysha era professora de espanhol no DLD College, uma escola dedicada aos dois últimos anos do equivalente ao ensino médio, localizada em Westminster. Ela havia acabado de sair do trabalho e atravessava a ponte quando foi atingida pelo veículo.

"Estamos muito chocados e tristes. Ela era muito querida e amada por nossos estudantes e seus colegas. Todos nós sentiremos muito sua falta", disse a diretora da instituição em que Aysha trabalhava, Rachel Borland, em um comunicado.

De ascendência galega (da Galiza, Espanha), Aysha sempre viveu em Londres, segundo o jornal espanhol La Voz. Foi na capital inglesa que seus pais se conheceram. Seu pai era do Chipre, e sua mãe nasceu na cidade de Betanzos, no noroeste da Espanha, onde Aysha costumava passar as férias com o marido e os filhos.

Um homem de meia-idade, ainda não identificado, é a segunda vítima dos atropelamentos cometidos na ponte.

'Morreu cumprindo seu dever'

O terceiro é o policial Keith Palmer, de 48 anos. Ex-militar, ele trabalhava havia 15 anos na corporação e era casado com filhos.

Integrava o Serviço de Proteção Parlamentar e Diplomática da polícia de Londres quando foi apunhalado pelo homem que dirigia o carro que matou Aysha.

Após colidir contra um gradil, o homem correu em direção à entrada do Parlamento armado com duas facas quando se deparou com Palmer. Esfaqueado, foi socorrido pelo parlamentar Tobias Ellwood, mas não resistiu.

"Lamentavelmente, ele não estava armado no momento do ataque", disse o chefe da unidade antiterrorista da polícia de Londres, Mark Rowley.

"Keith Palmer foi assassinado enquanto cumpria valentemente seu dever: proteger nossa cidade e o coração de nossa democracia daqueles que querem destruir nosso modo de vida", disse o prefeito da capital britânica, Sadiq Khan em um comunicado.

'Figura periférica'

O quarto morto é o próprio autor do atentado. Ele foi morto a tiros por um policial na entrada do Parlamento. Seus motivos para o ataque estariam, segundo Rowley, ligados a "islamismo radical".

A polícia não divulgou seu nome e pediu que sua identidade fosse preservada pela mídia para não prejudicar as investigações. Sabe-se que ele era britânico e conhecido pela polícia e serviços de inteligência do país, disse a primeira-ministra, Thereza May.

Ele teria sido investigado há alguns anos por causa de extremismo violento, mas era tido como "figura periférica".

Os feridos

Dos 40 feridos no atentado, todos eles por causa dos atropelamentos na ponte, 29 foram hospitalizados. Até o momento, sabe-se que vários eram estrangeiros --o local do ataque, onde também fica a torre do relógio Big Ben, é um dos pontos turísticos mais movimentados da cidade.

Entre eles, estavam 12 britânicos, quatro sul-coreanos, dois romenos, dois gregos e três adolescentes franceses. Havia ainda cidadãos da Alemanha, Polônia, Irlanda, China, Itália e Estados Unidos.

Três policiais também ficaram feridos. Dois deles estão em estado grave, informou Rowley, assim como uma mulher que caiu no rio Tâmisa.

Outras quatro pessoas também estão internadas em estado grave.