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O cão com a cabeça a prêmio por cartel de drogas

21/06/2017 09h01

Marin e Choko
Dimitri O'Donnel/BBC
O policial William Marin com Choko. 'Ele é um membro da família', diz o agente

Eles constantemente patrulham a rodoviária e o aeroporto de Medellín, na Colômbia, sempre em busca de drogas.

Juntos, já apreenderam 5 mil quilos de maconha, 1,5 mil quilos de cocaína, além de grande quantidade de heroína e drogas sintéticas. São tidos como a dupla mais bem sucedida da polícia da cidade.

E um deles, tem a cabeça a prêmio. Trata-se de Choko, o cão, e principal ajudante do policial do departamento de narcóticos William Marin.

O faro treinado do labrador já lhe rendeu três condecorações.

"Ele é muito especial", conta William, orgulhoso, ao programa Outlook, da BBC. "Nós acabamos de fazer a 107ª prisão, e este cachorro trabalha todo dia. Ele tem quase 7 anos, mas nunca fica cansado. Ele é cheio de energia e trabalha com a mesma intensidade desde quando começou, como um filhote".

O trabalho é perigoso, ainda mais depois que Choko começou a ficar famoso e passou a ser reconhecido pela população nas ruas.

"Numa segunda-feira, estava na rua a trabalho com Choko e um morador começou a acariciá-lo. Eu disse, 'por favor, não faça isso, ele não gosta'", lembra William.

Choko no canil
Dimitri O'Donnel/BBC
Choko caminha pelo canil policial em Medellín, na Colômbia

O homem então alertou o policial para ter cuidado, contando em seguida que um chefe do tráfico local oferecia 2 milhões de pesos colombianos (US$ 660) pela captura do cachorro.

"Rapidamente, por medida de segurança, tiramos Choko das ruas naquela área da cidade", diz William.

Outra ameaça chegou através de um garoto num ônibus: "Ele primeiro me perguntou se ele era o Choko, eu disse que sim, então ele contou que um chefe de outro cartel de drogas oferecia de 3 milhões de pesos colombianos (US$ 990) para quem o capturasse ou matasse".

Por isso, William está sempre alerta - por exemplo, para os pedaços de comida que seu labrador recebe de estranhos, que poderiam estar envenenados.

"Não estou com medo, mas tenho que ser cauteloso", explica.

O cachorro vive no canil da polícia, mas deve se aposentar daqui a três anos, quando completar seu décimo aniversário. Depois de uma carreira bem-sucedida na detecção de drogas, ele finalmente poderá se estabelecer com William e sua família.

"Choko é parte da minha família, é como um filho", comenta o policial que é casado e tem dois filhos. "Eles adoram Choko."

Choko no canil
Dimitri O'Donnel/BBC
Choko trabalha desde que é um filhote e deve se aposentar daqui a três anos