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#MeToo: a hashtag que expõe a magnitude mundial do assédio sexual

17/10/2017 08h21

"Me too" ("eu também", em tradução do inglês). Desde a noite do último sábado, essas duas palavras vêm sendo compartilhadas nas redes sociais por mulheres e homens que sofreram algum tipo de agressão sexual.

A iniciativa teve início depois das alegações de estupro contra o poderoso produtor cinematográfico americano Harvey Weinstein.

Weinstein, um dos mais poderosos nomes de Hollywood, foi acusado de estupro e agressão sexual por mais de duas dezenas de mulheres - incluindo as atrizes Angelina Jolie, Gwyneth Paltrow e Rose McGowan.

O produtor alega que todas as relações sexuais que teve foram consensuais.

Desde que as acusações vieram a público, várias personalidades usaram as redes sociais para falar sobre o assunto, algumas detalhando o assédio que sofreram.

A hashtag #MeToo já foi usada mais de 200 mil vezes nas redes sociais. O termo ganhou força depois de a atriz Alyssa Milano pedir as vítimas de assédio sexual que se pronunciassem, em demonstração de solidariedade.

Celebridades responderam, incluindo Debra Messing, Anna Paquin, Lady Gaga e Monica Lewinsky.

Milhares de outros usuários nas redes sociais, inclusive no Brasil, compartilharam histórias de quando foram vítimas de assédio.

No Twitter, uma usuária, que decidiu permanecer anônima, escreveu: "Tinha 19 anos. Ele me encheu de álcool, forçou um beijo de língua e tocou meus seios. Me culpei por estar bêbada. #MeToo."

Homens e transexuais também expressaram apoio à campanha, incluindo o ator e cantor Javier Munoz.

Alguns deles chegaram, inclusive, a falar sobre suas experiências pessoais.

A usuária Cortney Anne Budney postou no Facebook: "O 'eu também' é para os homens também. Não devemos nos esquecer dos homens e dos meninos. O eu também deles é igualmente importante e muitas vezes frequentemente encoberto".

Já para o escritor Charles Clymer, que foi vítima de estupro, afirmou que, embora ambos os gêneros sofram abuso, "há um componente misógino específico na cultura do estupro".

"Faz sentido gastar tempo para destacar a misoginia especificamente e amplificar a voz das mulheres", postou ele.