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Copa do Mundo 2018: Qual é o segredo da Croácia, país de 4 milhões de habitantes que conseguiu a façanha de chegar à final

12/07/2018 07h28

O fato de que a Croácia é uma seleção com ótimos jogadores já era conhecido desde antes da Copa do Mundo por quem acompanha futebol. Mas imaginar que a seleção estaria pela primeira vez na final do torneio era algo praticamente impossível.

Nesta quarta, porém, a Croácia derrotou a Inglaterra por 2 a 1, com o gol da vitória sendo marcado na prorrogação e assegurou sua vaga na final contra a França no domingo.

Como os croatas conseguiram esse feito?

A resposta pode ser resumida em duas palavras: talento e trabalho.

Essa combinação levou a essa impressionante façanha do futebol. Um feito ainda maior se considerarmos a quantidade de habitantes do país: 4,2 milhões.

Com exceção do Uruguai (3,4 milhões), todos os países campeões da Copa têm mais de 40 milhões de habitantes. A Alemanha, ganhadora em 2014, tem 83 milhões.

O trabalho

Mais da metade dos jogadores da equipe croata nesta Copa esteve no torneio de 2014, no Brasil, quando a equipe foi eliminada nas quartas de final.

Há 13 jogadores que atuam há mais de quatro anos como base desse time.

Com o novo treinador, Zlatko Dali?, o projeto do futebol croata foi construir uma equipe mais poderosa baseada na mesma coluna vertebral. E foi isso que eles fizeram.

Mas para analisar o sucesso dessa seleção, é preciso olhar ainda mais para trás.

Os Modric, Kovacic, Rakitic e companhia sonhavam com esse momento e trabalham para isso há pelo menos dez anos.

Como vários agora jogam em grandes clubes europeus, como Barcelona ou Real Madrid, eles chegam à final com uma vasta experiência em partidas de alto nível.

Embora alguns tenham sido refugiados da guerra na antiga Iugoslávia, essa geração foi posteriormente privilegiada pela importante promoção do esporte na Croácia.

O talento

A melhor colocação da Croácia em uma Copa foi em 1998, na França, quando a seleção ficou em 3º lugar e teve como destaque o atacante Davor Suker, artilheiro da competição. Ele hoje é presidente da Ferderação Croata de Futebol.

Para Peter Skansi, uma lenda do basquete croata, sua nação é "um país de talentos", e isso explica suas grandes realizações esportivas apesar da pouca população e de o país ter sido devastado por uma guerra há menos de 30 anos.

Não é à toa que a Croácia ficou em 17º lugar dentre 207 delegações na Olimpíada de 2016, no Rio de Janeiro.

Romeo Josak, ex-diretor da Federação Croata de Futebol, destaca a qualidade do treinamento esportivo em seu país.

"Temos treinamento de qualidade e alto nível em esportes como futebol, basquete, handebol ou pólo aquático, que desempenham um papel muito importante no desenvolvimento de nossos atletas", disse ele há alguns dias, em meio à euforia com o sucesso de sua equipe na Rússia.

A Croácia é um país com 120 mil futebolistas registrados, incluindo crianças, jovens e profissionais. Isso representa 3% da população total.

A porcentagem é surpreendente porque excede a do (talvez) país mais futebolístico do mundo, o Brasil, que tem 1% de sua população cadastrada.

Isso mostra que o amor pelo futebol neste país é indiscutível.

E o prêmio para essa combinação bem-sucedida de trabalho com talento será o jogo de domingo.