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O momento emocionante em que avós reconhecem a neta entre órfãos na Líbia após batalha com o EI

26/07/2018 19h31

Quando o grupo autodenominado Estado Islâmico foi expulso da cidade de Sirte, na Líbia, há cerca de dois anos, os filhos de alguns de seus combatentes foram deixados para trás.

Alguns voltaram para seus países de origem, mas mais de 20 órfãos, a maior parte deles egípcios, continuam na cidade de Misrata.

A repórter da BBC Sally Nabil conversou com uma dessas crianças, Jumana, e encontrou seus avós - os únicos membros sobreviventes da família - no Egito.

Em 2015, o pai de Jumana levou os filhos e saiu do Egito para se juntar ao grupo jihadista.

Os avós da menina perderam contato com a família pouco depois que ele morreu. A BBC News mostrou a eles sua neta pela primeira vez em três anos.

Há quase dois anos, ela vive num abrigo do Crescente Vermelho - organização de ajuda humanitária - com um de seus irmãos.

"Não consigo dormir desde que eles se foram. Eu choro dia e noite. Eu não os esqueço, nem por um segundo", disse, entre lágrimas, Aziza, a avó de Jumana.

A menina diz que gostaria de ver os avós novamente.

Segundo Faisal Jelwal, o psiquiatra que cuida das crianças no abrigo do Crescente Vermelho, a maioria delas sofria de insônia, ataques de pânico e incontinência urinária quando chegou.

Eles haviam testemunhado sete meses de batalhas enquanto as forças de segurança líbias tentavam expulsar o EI do seu bastião em Sirte.

Além do pai, Jumana perdeu a mãe e um dos irmãos.

O governo egípcio não respondeu aos pedidos da BBC de esclarecimentos sobre por que as crianças continuarem na Líbia. Outros países, como o Sudão do Sul, já repatriaram filhos de ex-combatentes.

As autoridades dizem que estão em negociação para a repatriação de Jumana e de outros como ela. Mas ainda não há previsão de quando isso vai acontecer.