Crise na Venezuela: as dúvidas sem respostas deixadas pela insurreição de Guaidó e López contra Maduro
Os venezuelanos viveram na terça-feira um dia de turbulências que deixou muitas perguntas sem resposta.
Pouco antes do amanhecer, o presidente da Assembleia Nacional e líder da oposição, Juan Guaidó, surpreendeu os adversários ao anunciar em vídeo publicado nas redes sociais o início da "Operação Liberdade", uma tentativa de derrubar o governo do presidente Nicolás Maduro por meio de uma mobilização popular, originalmente agendada para 1º de maio.
Guaidó estava acompanhado por militares e por outro líder da oposição, Leopoldo López, que estava preso desde 2014, acusado de incitar a violência durante protestos contra o governo, e nos últimos dois anos desfrutava do benefício de prisão domiciliar sob a custódia do Serviço Bolivariano de Inteligência (Sebin).
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No vídeo, Guaidó convocou os cidadãos a sair às ruas, indicando que havia dado início ao fim definitivo da "usurpação", expressão usada por ele para fazer alusão ao governo de Maduro, convidando os militares a participar deste movimento "dentro da Constituição".
A presença de militares uniformizados no vídeo, gravado nos arredores da base aérea de La Carlota, no leste de Caracas, dava a impressão de que se tratava de uma grande operação militar - ideia que foi reforçada por mensagens de membros do governo Maduro, como o ministro da Defesa, Vladimir Padrino, que denunciou no Twitter um "movimento golpista que pretendia levar violência ao país".