O que deve acontecer no dia da posse de Joe Biden como presidente dos EUA?
O presidente eleito dos Estados Unidos, Joe Biden, assumirá seu cargo na Casa Branca oficialmente no dia da posse, quando o democrata e sua vice-presidente Kamala Harris prestam juramento e participam de uma grande cerimônia política.
Da lista de convidados às novas questões de segurança, a BBC traz uma série de informações e curiosidades sobre o grande dia.
O que é o dia da posse?
A posse é a cerimônia formal que marca o início de uma nova Presidência e acontece em Washington, capital dos EUA.
A única etapa obrigatória e o juramento presidencial que o presidente eleito precisa recitar.
"Juro solenemente que vou executar fielmente o ofício de Presidente dos Estados Unidos e vou dar o meu melhor para preservar, defender e proteger a Constituição dos Estados Unidos."
Assim que proferir essas palavras, Biden assumirá seu lugar como 46º presidente e a posse será concluída. O dia da posse não é apenas isso — uma série de comemorações vem em seguida.
Kamala Harris também terá que fazer um juramento de vice-presidente, que geralmente acontece pouco antes de o presidente tomar posse.
Quando é a posse de Biden?
Por lei, o dia da posse é 20 de janeiro. Os discursos de abertura são geralmente programados para cerca de 11h30 no horário de Washington (13h30 de Brasília). Joe Biden e Kamala Harris prestarão juramento ao meio-dia.
Biden se mudará para a Casa Branca no final do dia — a Casa Branca será seu local de trabalho e residência pelos próximos quatro anos.
Como será a segurança?
As posses presidenciais normalmente envolvem planos de segurança minuciosos, que devem ser ainda mais rigorosos neste ano, depois que uma multidão de extremistas pró-Donald Trump invadiu o Capitólio em 6 de janeiro.
Até agora não está claro quais medidas adicionais serão tomadas para proteger os participantes, mas quando Biden for empossado, a capital ainda estará em estado de emergência.
O estado de emergência foi decretado pela prefeita Muriel Bowser em meio ao caos gerado pela invasão trumpista. A Guarda Nacional, que foi convocada no dia da invasão (06/01), também permanecerá mobilizada por 30 dias, o que significa que estará disponível para os procedimentos para auxiliar a polícia durante a posse.
Biden disse a repórteres que "não está preocupado" com sua segurança.
Mas a senadora Amy Klobuchar, integrante do comitê que organiza a posse de Biden, estava no Congresso durante o incidente e disse esperar que grandes mudanças sejam feitas para reforçar a segurança.
Trump estará lá?
Tornou-se costume que presidente que deixa o cargo assista ao juramento do próximo presidente.
Neste ano, no entanto, o presidente Trump não comparecerá. "Para todos aqueles que perguntaram, não irei à posse em 20 de janeiro", tuitou Trump na sexta-feira.
A postagem foi feita logo depois do presidente se comprometer a transição pacífica e ordeira de poder para um novo governo — a fala foi o mais próximo que ele chegou de reconhecer publicamente a vitória de Biden.
Alguns de seus apoiadores já haviam dado um passo adiante, planejando uma "segunda posse" virtual para Trump no mesmo dia (e horário) em que Biden vai tomar posse. Mais de 68 mil pessoas disseram no Facebook que comparecerão ao evento online para mostrar seu apoio a Trump.
Quando Trump tomou posse, Hillary Clinton esteve ao lado do marido, o ex-presidente Bill Clinton, na posse — apenas dois meses após sua derrota nas eleições depois de uma amarga campanha contra Trump.
Apenas três presidentes — John Adams, John Quincy Adams e Andrew Johnson — não compareceram à posse de seus sucessores, e nenhum deles foi neste século ou no século passado.
Como a pandemia mudará a cerimônia posse neste ano?
Em circunstâncias normais, Washington teria centenas de milhares de pessoas lotando a a cidade no dia da posse, aglomerando-se no National Mall e lotando hotéis. Cerca de dois milhões foram à cidade quando o presidente Obama tomou posse para seu primeiro mandato em 2009.
Mas, neste ano, o tamanho da celebração será "extremamente limitado", disse a equipe de Biden, e pediu aos americanos que evitem viajar para a capital.
Biden e Harris ainda farão seus juramentos em frente ao Capitólio dos Estados Unidos, olhando para o National Mall (uma tradição que começou com o presidente Ronald Reagan em 1981), mas as arquibancadas que foram construídas ao longo do caminho estão sendo retiradas.
No passado, até 200 mil ingressos eram disponibilizados para a cerimônia oficial. Mas neste ano, com as infecções por coronavírus ainda aumentando nos Estados Unidos, apenas cerca de mil ingressos estarão disponíveis.
Também será mantida a cerimônia de "revisão de passagem" - uma parte tradicional da transferência pacífica de poder, onde o novo presidente (que também é o comandante das Forças Armadas) inspeciona as tropas americanas.
Mas em vez do desfile habitual pela Avenida Pensilvânia até a Casa Branca, os organizadores dizem que farão um "desfile virtual" de tropas.
Biden, Harris e seus cônjuges serão então escoltados até a Casa Branca por membros do Exército, incluindo uma banda e uma bateria.
Quais artistas vão se apresentar?
Biden ainda não anunciou quem estará no palco ao lado dele apresentando um número musical, mas deve ser algum nome famoso.
Nos últimos anos, os presidentes colocaram artistas famosos na programação.
Em 2009, Aretha Franklin e Beyoncé compareceram à posse de Barack Obama.
Em sua segunda posse, em 2013, o presidente Obama chamou Kelly Clarkson e Jennifer Hudson para fazer as honras. Beyoncé também voltou, desta vez para cantar o hino nacional.
Donald Trump supostamente teve mais problemas para convidar artistas. Elton John recusou a oferta de Trump para se apresentar, e circularam rumorem de que Celine Dion, Kiss e Garth Brooks fizeram o mesmo.
No final, a banda The Rockettes, o cantor de country Lee Greenwood e a banda 3 Doors Down se apresentaram na posse de Trump .
Por que a posse é em janeiro?
Nem sempre a posse foi nesta data — a Constituição inicialmente definia 4 de março como o dia para os novos líderes fazerem seus juramentos.
Selecionar uma data quatro meses depois da eleição geral, que acontecia nos meses de novembro, fazia sentido na época, dado o tempo que demorava para que votos de todo o país chegassem à capital. Mas isso também significava que o período em que o presidente que estava deixando o cargo ficava na Casa Branca era bastante longo.
À medida que os avanços modernos tornaram mais fácil contar os votos, esse longo prazo foi alterado. A 20ª emenda, ratificada em 1933, decretou que o novo presidente seria empossado em 20 de janeiro a partir daquele momento.
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