Dinamarca: perfil do país que deu origem aos vikings e Hans Christian Andersen
Saiba mais sobre a nação que, embora de pequenas proporções geográficas, é um peso-pesado nas relações internacionais.
Embora relativamente pequeno territorialmente, o reino da Dinamarca é um peso-pesado nas relações internacionais. Os povos vikings, provenientes da Dinamarca e outras nações nórdicas, moldaram a Europa nos séculos 9 e 10. Na Idade Média, a União de Kalmar, reunindo os reinos da Dinamarca, Suécia e Noruega em 1397, representou uma vitória para a coroa dinamarquesa.
A Dinamarca moderna é uma economia de serviços altamente competitiva, com elevados níveis de emprego e um sistema de segurança social abrangente.
Da Segunda Guerra Mundial até o início dos anos 80, o país foi governado por coligações sociais-democratas, o que consolidou a reputação da Dinamarca como um país liberal.
Mais recentemente, os elevados níveis de tributação e tensões em relação à imigração alimentaram o crescimento de grupos de direita e centro-direita.
Uma das principais contribuições culturais da Dinamarca para o mundo é o escritor Hans Christian Andersen, autor de clássicos universais como A Pequena Sereia, O Patinho Feio, Polegarzinha e O Soldadinho de Chumbo.
Após a pandemia de coronavírus, cresceu o interesse no estilo de vida "hygge", cujo principal objetivo é introduzir conforto, paz, aconchego e bem estar na rotina.
FATOS
LÍDERES
Rainha: Margrethe II
Margrethe sucedeu o pai, Frederick 9º, em 1972, depois que uma lei de 1953 permitiu às mulheres ascender ao trono. Com a morte da rainha Elizabeth 2ª, do Reino Unido, Margrethe passou a ser a monarca mais longeva da Europa.
A rainha é conhecida por seus vários interesses. Um deles é a arqueologia: Margrethe estudou a disciplina na Universidade de Cambridge, na Inglaterra, e participou de escavações na Itália, Egito, Dinamarca e outros países.
Além disso, a rainha é uma artista, com diversas publicações como ilustradora, estilista de roupas e tradutora. Além de dinamarquês, fala inglês, francês e alemão.
Primeira-Ministra: Mette Frederiksen
Durante a pandemia de covid-19, Mette Frederiksen fez parte de um seleto grupo de chefes de Estado e de governo femininas elogiadas por seu combate ao vírus.
Eleita como líder do partido em 2019 aos 41 anos, Frekeriksen se tornou a primeira-ministra mais jovem do país e apenas a segunda chefe de governo feminina. Seu partido, social-democrata, pôs fim a quatro anos de governo de centro-direita.
Durante a campanha, Frederiksen combinou plataformas de políticas sociais de centro-esquerda com um discurso duro em relação à imigração.
Em novembro de 2022, Frederiksen foi reconduzida ao cargo após seu partido vencer eleições gerais. Analistas interpretaram o resultado como um voto de confiança pela condução do país durante a pandemia.
RELAÇÕES COM O BRASIL
Mesmo sem ligações estreitas, as relações entre o Brasil e a Dinamarca se beneficiam de agendas complementares.
Durante séculos, os países comercializaram commodities como borracha, madeira, café e açúcar. Um tratado bilateral de navegação foi assinado em 1828, seis anos após a independência brasileira. O imperador Dom Pedro 2º fez uma visita ao país durante um giro pela Europa em 1876.
O Brasil recebe investimento de importantes empresas dinamarquesas, como Maersk, Danfoss, Grundfos, Novo Nordisk e Coloplast. Além disso, os países têm aumentado a cooperação em diversas áreas, como ciência, tecnologia, inovação, governo digital e transporte marítimo. Mais recentemente, a chamada "agenda verde" também ganhou proeminência.
Em 2007, durante uma visita ao Brasil do primeiro-ministro dinamarquês, Anders Fogh Rasmussen, os países assinaram um acordo de cooperação no combate à mudança climática, concordando em redobrar os esforços na área de energia renováveis, como a produção eólica offshore. Em 2009, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva fez um forte discurso sobre o clima na Conferência da ONU em Copenhague.
Sob o presidente Jair Bolsonaro, a questão ambiental e o tratamento dos povos indígenas se converteram em espinho na relação bilateral.
Em setembro de 2021, o governo da Dinamarca criticou o Brasil no Conselho de Direitos Humanos da ONU por não oferecer proteção aos povos yanomami e munduruku, ameaçados por garimpeiros ilegais na Amazônia. O governo dinamarquês indicou que falava em nome de sete países europeus, entre eles Noruega e Suécia.
MÍDIA
A liberdade de expressão está prevista na lei dinamarquesa e os cidadãos do país têm amplo acesso a fontes de informação.
A empresa pública de radiodifusão, DR, é responsável por canais nacionais e regionais de rádio e televisão. A TV2 é uma estação comercial do governo. As principais TVs privadas são transmitidas via digital terrestre, satélite e cabo.
Cerca de 98% dos dinamarqueses têm acesso à internet, sendo que o Facebook é a rede social de maior penetração.
LINHA DO TEMPO
Datas importantes na história da Dinamarca:
Século 10 - Unificação do Reino da Dinamarca e introdução do cristianismo.
1397 - União de Kalmar une a Dinamarca, Suécia e Noruega sob um único monarca. A Dinamarca é a potência dominante.
1729 - Groenlândia torna-se uma província dinamarquesa.
1814 - Dinamarca cede a Noruega à Suécia.
1849 - Dinamarca adota a monarquia constitucional com um parlamento bicameral.
1914-18 - Dinamarca adota a neutralidade na Primeira Guerra Mundial.
1930 - Governos sociais-democratas instituem um estado de bem-estar social, caracterizado pela prestação de serviços públicos e ações do governo para garantir oportunidades iguais para todos.
1939 - Dinamarca assina pacto de não-agressão de dez anos com a Alemanha nazista.
1940 - Invasão nazista da Dinamarca se dá praticamente sem resistência inicial. O governo aceita a ocupação em troca de medidas de controle sobre os assuntos domésticos.
1943 - Alemanha assume o controle total da Dinamarca após uma campanha de resistência por parte dos dinamarqueses. Milhares de judeus dinamarqueses conseguem fugir para a Suécia.
1945 - A Alemanha se rende e a ocupação termina. A Dinamarca reconhece a independência da Islândia.
1949 - Dinamarca adere à aliança militar ocidental, Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte).
1951 - Autoridades enviam 22 crianças da etnia inuit da Groenlândia para serem criadas por famílias dinamarquesas. O desastrado "experimento" resultará na morte de grande parte delas por problemas mentais e isolamento cultural e social.
1952 - Membro fundador do Conselho Nórdico.
1960 - Assinatura da Associação Europeia de Comércio Livre (EFTA em inglês), um projeto alternativo às comunidades europeias que compreendia Áustria, Dinamarca, Noruega, Reino Unido, Suécia, Suíça e Portugal. Hoje, é formada por quatro países.
1973 - Dinamarca adere à Comunidade Econômica Europeia, junto com o Reino Unido.
1979 - Groenlândia obtém autonomia. Governo central detém o controle sobre os negócios estrangeiros da região, incluindo defesa.
2000 - Dinamarqueses rejeitam a adoção do euro como a sua moeda nacional.
2008 - Groenlandeses aprovam em referendo a transferência de mais poderes do governo dinamarquês para o Executivo groenlandês.
2020 - Governo dinamarquês se desculpa oficialmente pelo "experimento" com crianças indígenas inuit. Depois foi revelado que várias crianças haviam sido separadas de suas famílias, as quais nunca voltaram a encontrar.
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