Civis retidos em Falluja em meio a operação para expulsar o "Estado Islâmico"
O líder xiita Ali al-Sistani pediu neste sábado (28/05) proteção para cerca de 50 mil civis que estão encurralados após o início da operação militar para recuperar a cidade de Falluja, reduto do "Estado Islâmico" (EI) a 50 quilômetros a oeste de Bagdá, no Iraque. A população civil está à mercê dos ataques na ofensiva em curso para expulsar os jihadistas do local.
"Salvar um humano inocente do mal é mais importante do que atingir o inimigo", afirmou um representante de Al-Sistani num sermão na mesquita da cidade sagrada de Karbala, de acordo com o site de notícias independente Alsumaria News.
Segundo relatos, centenas de pessoas fugiram da cidade nesta sexta-feira, mas o Alto Comissariado da ONU para os Refugiados (Acnur) disse que aqueles que ainda estão na cidade não conseguem deixá-la, em meio aos bombardeios dos militares iraquianos.
As forças iraquianas assumiram neste sábado posições nas proximidades de Falluja. "As forças de elite do serviço de contraterrorismo, a polícia e combatentes das tribos locais chegaram aos campos de Tarek e Mazraa, a sul e leste de Falluja", disse o comandante da operação, Abdelwahab al-Saadi, à agência de notícias AFP. Segundo ele, as forças entrarão em Falluja nas próximas horas.
Investida em andamento
Apoiado por ataques aéreos liderados pelos EUA e uma força militar xiita, dezenas de milhares de forças iraquianas começaram a ofensiva para retirar o EI de seu bastião na noite de domingo para segunda-feira. Falluja é uma das duas grandes cidades iraquianas ainda controladas pelo grupo jihadista.
O porta-voz do Pentágono, coronel Steve Warren, insistiu que as forças da coalizão estavam conscientes de suas obrigações humanitárias. "O governo iraquiano tem dito claramente que proteger estes civis é sua prioridade", afirmou.
A coalizão lançou panfletos pedindo a população para evitar as áreas controladas pelo EI. Os moradores que não são capazes de deixar suas moradias foram orientados a colocar lençóis brancos sob seus telhados para marcar suas localizações.
Plano de evacuação
O Exército iraquiano está trabalhando para estabelecer rotas de evacuação, e o governo local de Anbar criou campos para os civis deslocados, afirmou Warren. Mas relatos sugerem que postos de controle do EI ao longo das principais estradas estão dificultando os esforços de evacuação dos moradores.
"A situação em Falluja está ficando crítica a cada dia", afirmou Nasr Muflahi, diretor do Conselho Norueguês de Refugiados Iraquianos.
Um morador da região, Umm Omar, que escapou com mais de dez membros de sua família, afirmou: "O EI nos deu comida que somente animais comeriam".
Já o ativista Hamoud al-Musa, da campanha Raqqa is Being Slaughtered Silently (RBSS), disse que não há quase ninguém nas ruas. "Pessoas estão com medo de um ataque brutal de aviões, sejam da coalizão, dos russos ou até mesmo do regime", afirmou à agência de notícias France Presse.
FC/afp/ap/dpa/rtr/lusa
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