Prefeita alemã demite estagiária por usar véu islâmico
Prefeita de Luckenwald argumenta que uso da vestimenta viola caráter de neutralidade da administração pública. Palestina de 48 anos é demitida após primeiro dia de trabalho, mas recebe outra oportunidade.
A prefeita de Luckenwalde, no leste da Alemanha, demitiu uma mulher palestina de 48 anos que se negou a retirar seu véu no trabalho. Ela trabalharia como estagiária por seis semanas e acabou demitida após seu primeiro dia de trabalho, nesta segunda-feira (22).
A prefeita Elisabeth Herzog-von der Heide, do Partido Social-Democrata (SPD), disse que, como a palestina se recusava a retirar o véu na presença de homens, não foi possível encontrar um local de trabalho adequado para ela, que participava do projeto "Perspectivas para refugiados".
"O véu islâmico é a expressão de uma visão de mundo religiosa", afirmou Herzog-von der Heide, segundo o jornal Märkische Allgemeine. Ela argumentou que a prefeitura precisa se apresentar neutra e lembrou que não há crucifixos nas paredes do prédio.
O político Sven Petke, da União Democrata Cristã (CDU), criticou a decisão. "Não há base legal para essa decisão", declarou Petke, acrescentando que o Tribunal Constitucional Federal decidiu que itens pessoais que expressam uma crença religiosa, como roupas, não podem ser proibidos. "Isso é diferente de um crucifixo na parede."
A decisão foi elogiada pelo partido populista de direita Alternativa para a Alemanha (AfD). "Se o crucifixo não é permitido nas instalações da prefeitura, então não deve haver qualquer tratamento especial para muçulmanos", disse o deputado Thomas Jung. "A prefeita, portanto, merece respeito e não ser repreendida por sua desconfortável decisão."
Após a polêmica, a prefeita afirmou nesta quinta-feira que a palestina recebeu outra oportunidade de estágio da administração pública, mas não no prédio da prefeitura. Ela trabalhará como intérprete na empresa imobiliária municipal.
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