Em qual país os homens mais lavam a louça?
Mundo afora, o sexo masculino participa mais das tarefas domésticas hoje do que há 50 anos, aponta estudo. No entanto a divisão do trabalho entre os sexos é mais igualitária em alguns países do que em outros.
O que são, exatamente, "trabalhos domésticos"? Num estudo intitulado Cinquenta anos de mudanças atualizados: Convergência internacional entre gêneros nas tarefas domésticas, pesquisadores da Universidade de Oxford as definem como "tarefas pouco apreciadas, de rotina e tradicionalmente femininas; atividades de lavar, limpar e cozinhar".
Tarefas tradicionalmente "masculinas ou neutras em termos de gênero", incluindo a manutenção da casa, reparos no carro e compras, foram desconsiderados para os fins da pesquisa.
Os autores constataram nas últimas cinco décadas "um movimento generalizado em direção a maior igualdade entre os gêneros", "apesar de breves estagnações, desacelerações e até mesmo reversões". Eles também identificaram diferenças significativas entre países.
O estudo abrange os anos de 1961 a 2011, e se baseia em respostas de homens e mulheres em 19 países, da Austrália a Israel. Naqueles onde o tempo dedicado por ambos os sexos às tarefas domésticas já era mais igualitário na década de 60 -- como os países escandinavos, Estados Unidos, Canadá e Austrália --, os pesquisadores verificaram uma desaceleração da convergência entre os gêneros após o final dos anos 80.
Motivo de briga
As mulheres da Itália e da Espanha continuaram realizando bem mais tarefas domésticas do que as de outros países até o fim da primeira década do século 21, com os homens italianos, em particular, "dedicando-se consideravelmente menos às tarefas domésticas do que os de outros países".
De acordo com os dados analisados, em 1980, as italianas ainda dedicavam 4h20m por dia aos trabalhos domésticos -- 15 vezes mais que os maridos, que investiam um total de 17 minutos.
Na Alemanha, as mulheres gastam hoje três vezes mais tempo cozinhando e limpando a casa do que os homens, enquanto nos anos 1960 a proporção era de 14 para um. Nos EUA, os números caíram de sete para um, entre mulheres e homens respectivamente, em 1965, para apenas pouco mais do que o dobro em 2010.
A divisão dos trabalhos domésticos entre os sexos é importante para o bem-estar de um casal, argumentam os autores do estudo, acrescentando que desentendimentos sobre o assunto estão entre as "maiores causas de conflitos conjugais".
Vitória da política pró-família
Os países escandinavos lideram a lista quanto se trata de igualdade de gênero. As mulheres na Noruega, na Finlândia e na Dinamarca gastam somente duas vezes mais tempo nas tarefas de casa do que os maridos.
Segundo os autores do estudo, essa seria uma prova de que políticas favoráveis à família e boa assistência à infância ajudam a promover a igualdade entre os sexos. Em países onde os homens são a principal fonte de renda da família, as mulheres automaticamente se dedicam mais ao trabalho doméstico.
Os autores do estudo admitem que a igualdade na divisão das tarefas domésticas possa estar sujeita a limites, no contexto da política social vigente, da cultura de gestão e das restrições impostas pela ideologia de gêneros. Sua conclusão é que, no longo prazo, será necessário mudar esse modo de pensar.
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