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Turquia e Rússia acordam cessar-fogo na Síria

28/12/2016 10h55

Trégua começa a valer a partir da meia-noite, em todo o país. Medida prepara terreno para as negociações de paz entre regime sírio e oposição, previstas para se realizarem no início do ano em Astana, Cazaquistão.A Turquia e a Rússia fecharam um acordo de cessar-fogo na Síria, que entra em vigor a partir da meia-noite desta quarta-feira (28/12), segundo informações divulgadas pela agência de notícias turca Anadolu.O acordo visa preparar terreno para que possam ser realizadas negociações políticas de paz entre governo sírio e grupos opositores, previstas para janeiro em Astana, capital do Cazaquistão. Os encontros organizados por Ancara e Moscou ainda não têm data definida.De acordo com a agência turca, o acordo estende para todo o país o cessar-fogo instaurado em Aleppo no início de dezembro, mas sem incluir os "grupos terroristas". Como já ocorrido com outros acordos, por exemplo, com os Estados Unidos, o entendimento de quem deve ser considerado "grupo terrorista" pode representar obstáculo a esta nova tentativa de cessar-fogo.Do ponto de vista Ancara, a milícia jihadista "Estado Islâmico" (EI) e as Unidades de Proteção do Povo (YPG) curdas são responsáveis por atos de terrorismo. Já Damasco e Moscou consideram como terroristas quase todos os grupos contrários ao governo do presidente Bashar al-Assad. A agência turca não especifica quais grupos serão excluídos do novo cessar-fogo.Desde o início da guerra na Síria, em março de 2011 durante a assim chamada "Primavera Árabe", Turquia e Rússia estiveram de lados opostos do conflito. Enquanto o posicionamento da Turquia era contrário a Assad, defendendo sua saída do poder, a Rússia sempre esteve do lado das forças do governo sírio.Após o início da intervenção militar russa no país, em setembro de 2015, e a retomada de Aleppo pelo governo sírio, a Turquia mudou seu posicionamento, passando a cooperar de forma mais estreita com Damasco, ao lado de Moscou, para pôr fim à guerra civil da Síria. O destino de Bashar al-Assad numa futura transição política na Síria permanece controverso entre a Turquia, Rússia, Irã e EUA.NT/afp/dw/ots