1969: Eleição de Willy Brandt à chefia de governo na Alemanha
1969: Eleição de Willy Brandt à chefia de governo na Alemanha - No dia 28 de setembro de 1969, Willy Brandt foi eleito o primeiro chanceler federal social-democrata da Alemanha no pós-Guerra.Após 20 anos de chefia de governos democrata-cristãos, Willy Brandt saiu vencedor de uma das apurações eleitorais mais emocionantes da história alemã. E tornou-se assim o primeiro social-democrata a ser eleito chanceler federal alemão depois da Segunda Guerra Mundial.
A noite que se seguiu à eleição para a 6ª legislatura do Parlamento federal alemão, de 28 para 29 de setembro de 1969, foi longa. Hoje, na era do computador, os resultados eleitorais já são divulgados poucas horas após o encerramento da votação.
Mas em 1969 a opinião pública teve de esperar até bem depois da meia-noite para tomar conhecimento da vontade ditada pelo voto popular. Somente na madrugada da segunda-feira, dia 29, é que se abriu o caminho para se formasse a coalizão entre social-democratas e liberais.
Eleição apertada
No dia da sua eleição pelo Parlamento federal, Willy Brandt só recebeu os votos de 251 deputados (de um total de 495): três votos menos que o número de deputados dos partidos da coalizão social-liberal e apenas três votos mais que o mínimo necessário à sua eleição. Depois de duas décadas na oposição, Willy Brandt não anunciou nenhuma reviravolta total: "A política deste governo estará sob o signo da continuidade e sob o signo da renovação."
Ele também citou os nomes daqueles a cuja tradição política ele pretendia dar continuidade: "Cito os nomes de Konrad Adenauer, Theodor Heuss e Kurt Schumacher – representando muitos outros, com quem a República Federal da Alemanha percorreu um caminho do qual pode se orgulhar […]."
Willy Brandt não quis – e nem podia – isolar a oposição. Brandt estendeu a mão, buscando cooperação: "Nas disputas objetivas e no convívio nacional entre o governo e a oposição, é nossa responsabilidade e tarefa conjuntas garantir um bom futuro à Alemanha Federal".
No seu primeiro pronunciamento oficial, o novo chanceler federal Brandt dirigiu-se também à juventude: "Nós nos voltamos também para as gerações que cresceram na época de paz, que não devem arcar com as hipotecas dos mais velhos, aos jovens que querem e devem acreditar nas nossas promessas. Mas esses jovens têm de entender que eles também têm obrigações em relação ao Estado e à sociedade".
As primeiras mudanças
Pouco depois, o governo Brandt começou a introduzir as mudanças anunciadas. A idade mínima para o exercício do direito eleitoral ativo foi reduzida de 21 para 18 anos, e do direito eleitoral passivo, de 25 para 21 anos. O visionário Willy Brandt permaneceu, contudo, realista: "Não podemos criar a democracia perfeita; nós queremos uma sociedade que ofereça mais liberdade e que exija maior corresponsabilidade."
No seu pronunciamento, Willy Brandt não deixou nenhuma dúvida de que era um europeu, mas também um patriota alemão: "Minhas senhoras e meus senhores, este governo parte do pressuposto de que as questões que resultaram para o povo alemão da traição nacional pelo regime de Hitler só poderão ser respondidas definitivamente numa ordem europeia de paz. Contudo, ninguém nos poderá dissuadir do princípio de que os alemães têm um direito à autodeterminação – como todos os demais povos!"
Autor: Ewald Rose
A noite que se seguiu à eleição para a 6ª legislatura do Parlamento federal alemão, de 28 para 29 de setembro de 1969, foi longa. Hoje, na era do computador, os resultados eleitorais já são divulgados poucas horas após o encerramento da votação.
Mas em 1969 a opinião pública teve de esperar até bem depois da meia-noite para tomar conhecimento da vontade ditada pelo voto popular. Somente na madrugada da segunda-feira, dia 29, é que se abriu o caminho para se formasse a coalizão entre social-democratas e liberais.
Eleição apertada
No dia da sua eleição pelo Parlamento federal, Willy Brandt só recebeu os votos de 251 deputados (de um total de 495): três votos menos que o número de deputados dos partidos da coalizão social-liberal e apenas três votos mais que o mínimo necessário à sua eleição. Depois de duas décadas na oposição, Willy Brandt não anunciou nenhuma reviravolta total: "A política deste governo estará sob o signo da continuidade e sob o signo da renovação."
Ele também citou os nomes daqueles a cuja tradição política ele pretendia dar continuidade: "Cito os nomes de Konrad Adenauer, Theodor Heuss e Kurt Schumacher – representando muitos outros, com quem a República Federal da Alemanha percorreu um caminho do qual pode se orgulhar […]."
Willy Brandt não quis – e nem podia – isolar a oposição. Brandt estendeu a mão, buscando cooperação: "Nas disputas objetivas e no convívio nacional entre o governo e a oposição, é nossa responsabilidade e tarefa conjuntas garantir um bom futuro à Alemanha Federal".
No seu primeiro pronunciamento oficial, o novo chanceler federal Brandt dirigiu-se também à juventude: "Nós nos voltamos também para as gerações que cresceram na época de paz, que não devem arcar com as hipotecas dos mais velhos, aos jovens que querem e devem acreditar nas nossas promessas. Mas esses jovens têm de entender que eles também têm obrigações em relação ao Estado e à sociedade".
As primeiras mudanças
Pouco depois, o governo Brandt começou a introduzir as mudanças anunciadas. A idade mínima para o exercício do direito eleitoral ativo foi reduzida de 21 para 18 anos, e do direito eleitoral passivo, de 25 para 21 anos. O visionário Willy Brandt permaneceu, contudo, realista: "Não podemos criar a democracia perfeita; nós queremos uma sociedade que ofereça mais liberdade e que exija maior corresponsabilidade."
No seu pronunciamento, Willy Brandt não deixou nenhuma dúvida de que era um europeu, mas também um patriota alemão: "Minhas senhoras e meus senhores, este governo parte do pressuposto de que as questões que resultaram para o povo alemão da traição nacional pelo regime de Hitler só poderão ser respondidas definitivamente numa ordem europeia de paz. Contudo, ninguém nos poderá dissuadir do princípio de que os alemães têm um direito à autodeterminação – como todos os demais povos!"
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