Oposição anuncia boicote às eleições na Venezuela
Três maiores legendas da coalizão opositora se negam a lançar candidatos para as eleições municipais de dezembro. Boicote é um protesto contra Conselho Nacional Eleitoral, acusado de fraudar resultados.Três dos maiores partidos da oposição na Venezuela anunciaram nesta segunda-feira (30/10) que não participarão das eleições municipais marcadas para dezembro. O boicote é um protesto contra o sistema eleitoral, que segundo eles, seria fraudulento.
Os partidos Ação Democrática (AD), o mais antigo do país, Vontade Popular e Justiça Primeiro disseram que não confiam no Conselho Nacional Eleitoral (CNE), coordenado pelo governo de Nicolás Maduro, para participar das eleições.
O líder da AD, Julio Borges, ex-presidente da Assembleia Nacional, acusou as autoridades venezuelanas de fraudarem as eleições presidenciais em 2013, de negaram um referendo revogatório no ano passado e de manipularem as eleições regionais de 15 de outubro.
Borges afirmou que, ao invés de participar de outro processo manipulado, a oposição deve se concentrar em exigir reformas no CNE antes da eleição presidencial no ano que vem. "O objetivo continua sendo tirar Maduro do poder e, nesta luta, o mundo está conosco", disse.
O anúncio foi seguido pelas legendas Justiça Primeiro e Vontade Popular (VP), partido fundado pelo opositor venezuelano que cumpre prisão domiciliar Leopoldo López.
"Não seremos cúmplices de uma nova fraude contra o nosso povo, e responsavelmente pedimos aos demais partidos que não participem de maneira alguma das eleições para não validar uma fraude anunciada", disse o coordenador nacional do VP, o deputado Freddy Guevara.
O dirigente opositor reiterou sua denúncia de que o resultado da votação de outubro, na qual o chavismo obteve o governo de 18 dos 23 estados do país, constitui uma "fraude comprovada", por isso insistiu na necessidade de "lutar" para mudar as condições eleitorais.
Leia mais: Análise: O resultado que muitos temiam na Venezuela
Além dos três partidos, dois outros menores – Aliança Povo Bravo e Causa Radical – também se juntaram ao boicote. Das grandes legendas que formam a coalizão opositora Mesa de Unidade Democrática (MUD), apenas duas, Um Novo Tempo e a Avançada Progressista, ainda não se manifestaram sobre a ação.
A participação da AD no boicote foi uma surpresa. O partido foi o único da MUD a eleger governadores nas eleições de outubro. Os quatro eleitos prestaram juramento à contestada Assembleia Constituinte, que é vista pela oposição como uma fraude. O ato provocou um sismo na base opositora do país, num momento crítico, em meio ao fortalecimento institucional do governo após as vitórias nas eleições regionais e enquanto o país se volta para o pleito presidencial em 2018.
Em reação ao boicote, o presidente Nicolás Maduro acusou a oposição de receber ordens de uma embaixada estrangeira para convocar uma insurreição contra as eleições municipais. "De maneira criminosa, se ataca o sistema eleitoral e aqueles que atacam têm que pagar. Não me importa nada, como chefe de Estado vou exigir e não permitirei que se tente sabotar os comícios", ressaltou.
CN/efe/ap/rtr/afp
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Os partidos Ação Democrática (AD), o mais antigo do país, Vontade Popular e Justiça Primeiro disseram que não confiam no Conselho Nacional Eleitoral (CNE), coordenado pelo governo de Nicolás Maduro, para participar das eleições.
O líder da AD, Julio Borges, ex-presidente da Assembleia Nacional, acusou as autoridades venezuelanas de fraudarem as eleições presidenciais em 2013, de negaram um referendo revogatório no ano passado e de manipularem as eleições regionais de 15 de outubro.
Borges afirmou que, ao invés de participar de outro processo manipulado, a oposição deve se concentrar em exigir reformas no CNE antes da eleição presidencial no ano que vem. "O objetivo continua sendo tirar Maduro do poder e, nesta luta, o mundo está conosco", disse.
O anúncio foi seguido pelas legendas Justiça Primeiro e Vontade Popular (VP), partido fundado pelo opositor venezuelano que cumpre prisão domiciliar Leopoldo López.
"Não seremos cúmplices de uma nova fraude contra o nosso povo, e responsavelmente pedimos aos demais partidos que não participem de maneira alguma das eleições para não validar uma fraude anunciada", disse o coordenador nacional do VP, o deputado Freddy Guevara.
O dirigente opositor reiterou sua denúncia de que o resultado da votação de outubro, na qual o chavismo obteve o governo de 18 dos 23 estados do país, constitui uma "fraude comprovada", por isso insistiu na necessidade de "lutar" para mudar as condições eleitorais.
Leia mais: Análise: O resultado que muitos temiam na Venezuela
Além dos três partidos, dois outros menores – Aliança Povo Bravo e Causa Radical – também se juntaram ao boicote. Das grandes legendas que formam a coalizão opositora Mesa de Unidade Democrática (MUD), apenas duas, Um Novo Tempo e a Avançada Progressista, ainda não se manifestaram sobre a ação.
A participação da AD no boicote foi uma surpresa. O partido foi o único da MUD a eleger governadores nas eleições de outubro. Os quatro eleitos prestaram juramento à contestada Assembleia Constituinte, que é vista pela oposição como uma fraude. O ato provocou um sismo na base opositora do país, num momento crítico, em meio ao fortalecimento institucional do governo após as vitórias nas eleições regionais e enquanto o país se volta para o pleito presidencial em 2018.
Em reação ao boicote, o presidente Nicolás Maduro acusou a oposição de receber ordens de uma embaixada estrangeira para convocar uma insurreição contra as eleições municipais. "De maneira criminosa, se ataca o sistema eleitoral e aqueles que atacam têm que pagar. Não me importa nada, como chefe de Estado vou exigir e não permitirei que se tente sabotar os comícios", ressaltou.
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