Polícia esvazia centro de migrantes na ilha de Manus
Autoridades negam uso excessivo de força durante realocação de refugiados para outras unidades na Papua Nova Guiné, mas ONU denuncia violência policial.As autoridades da Papua Nova Guiné concluíram nesta sexta-feira (24/11) a remoção dos restantes 328 migrantes que ainda ocupavam o centro de detenção da ilha de Manus, aberto pela Austrália.
"O governo australiano está ciente de que todos os homens que anteriormente se recusavam a deixar o antigo centro de tramitação regional da ilha de Manus saíram para alojamentos alternativos", confirmou o ministro australiano da Imigração e Proteção de Fronteiras, Peter Dutton.
Leia também: Acordo de refugiados com Austrália é "estúpido", diz Trump
Em 31 de outubro, o local foi oficialmente fechado após decisão do supremo tribunal da Papua Nova Guiné, que o consideraram inconstitucional. Após a decisão, o fornecimento de eletricidade, água e alimentos foi suspenso, mas as centenas de migrantes que ocupavam o local se recusavam a abandoná-lo por temerem pela sua segurança.
A polícia de Papua Nova Guiné afirmou que a realocação ocorreu de modo pacífico, mas ativistas e moradores do acampamento denunciaram que as autoridades fizeram uso de força excessiva durante a evacuação.
Dutton disse que ativistas na Austrália estão novamente fazendo "denúncias exageradas de violência e de lesões" em Manus, mas não apresentaram evidências para prová-las.
A Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (Acnur) denunciou o uso da força, apesar de ter recebido garantias de que isso não iria ocorrer durante a desocupação.
"A agressão aos refugiados e requerentes de asilo com barras de metal por policiais uniformizados [...] é estarrecedora e injustificável", afirmou o Acnur, alertando que vários migrantes ficaram gravemente feridos. A organização alerta para o "grave risco" de uma deterioração da situação na ilha.
"A Austrália tem a obrigação de assumir suas responsabilidades e fornecer proteção efetiva, segurança e soluções duradouras aos refugiados e solicitantes de asilo em cooperação com as autoridades de Papua Nova Guiné", disse Volker Turk, alto-comissário do Acnur.
Em 2012, a Austrália reativou sua controversa política para a tramitação em países terceiros dos pedidos de refúgio dos migrantes que tentam chegar ao país e fechou acordos para a abertura de centros de detenção na Papua Nova Guiné e em Nauru. O governo australiano paga as duas nações para que mantenham essas pessoas em seus territórios.
A ONU e organizações de direitos humanos consideram desumanas as condições nesses locais e os abusos sofridos pelos moradores, muitos dos quais fugiram de conflitos em países como Síria, Afeganistão ou Somália. Os centros abrigam ainda membros da minoria rohingya, que fogem de perseguições em Myanmar.
RC/efe/rtr
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A Deutsche Welle é a emissora internacional da Alemanha e produz jornalismo independente em 30 idiomas. Siga-nos no Facebook | Twitter | YouTube | WhatsApp | App
"O governo australiano está ciente de que todos os homens que anteriormente se recusavam a deixar o antigo centro de tramitação regional da ilha de Manus saíram para alojamentos alternativos", confirmou o ministro australiano da Imigração e Proteção de Fronteiras, Peter Dutton.
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Em 31 de outubro, o local foi oficialmente fechado após decisão do supremo tribunal da Papua Nova Guiné, que o consideraram inconstitucional. Após a decisão, o fornecimento de eletricidade, água e alimentos foi suspenso, mas as centenas de migrantes que ocupavam o local se recusavam a abandoná-lo por temerem pela sua segurança.
A polícia de Papua Nova Guiné afirmou que a realocação ocorreu de modo pacífico, mas ativistas e moradores do acampamento denunciaram que as autoridades fizeram uso de força excessiva durante a evacuação.
Dutton disse que ativistas na Austrália estão novamente fazendo "denúncias exageradas de violência e de lesões" em Manus, mas não apresentaram evidências para prová-las.
A Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (Acnur) denunciou o uso da força, apesar de ter recebido garantias de que isso não iria ocorrer durante a desocupação.
"A agressão aos refugiados e requerentes de asilo com barras de metal por policiais uniformizados [...] é estarrecedora e injustificável", afirmou o Acnur, alertando que vários migrantes ficaram gravemente feridos. A organização alerta para o "grave risco" de uma deterioração da situação na ilha.
"A Austrália tem a obrigação de assumir suas responsabilidades e fornecer proteção efetiva, segurança e soluções duradouras aos refugiados e solicitantes de asilo em cooperação com as autoridades de Papua Nova Guiné", disse Volker Turk, alto-comissário do Acnur.
Em 2012, a Austrália reativou sua controversa política para a tramitação em países terceiros dos pedidos de refúgio dos migrantes que tentam chegar ao país e fechou acordos para a abertura de centros de detenção na Papua Nova Guiné e em Nauru. O governo australiano paga as duas nações para que mantenham essas pessoas em seus territórios.
A ONU e organizações de direitos humanos consideram desumanas as condições nesses locais e os abusos sofridos pelos moradores, muitos dos quais fugiram de conflitos em países como Síria, Afeganistão ou Somália. Os centros abrigam ainda membros da minoria rohingya, que fogem de perseguições em Myanmar.
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