Boko Haram liberta dezenas de meninas raptadas na Nigéria
Governo confirma que 101 das 110 garotas sequestradas em fevereiro estão livres e nega ter pagado resgate. Libertadas relatam mortes de colegas em cativeiro.O Boko Haram libertou nesta quarta-feira (21/03) 101 das 110 meninas que foram sequestradas pelo grupo extremista em Dapchi, no nordeste da Nigéria, há um mês. A libertação foi confirmada pelo governo nigeriano.
Os terroristas não informaram o que motivou a decisão de libertar as meninas e nem a de raptá-las. Muitos nigerianos suspeitam, no entanto, que os jihadistas estavam atrás de um resgate. No ano passado, o grupo extremista recebeu milhões de euros para soltar algumas das meninas sequestradas em Chibok em 2014.
O governo nigeriano negou ter pagado resgate para o grupo soltar as meninas raptadas em fevereiro deste ano. "A única condição que nos deram seria não entregá-las a militares, mas soltá-las em Dapchi sem a presença militar", afirmou o ministro de Informação do país, Lai Mohammed.
Em nove veículos, combatentes do Boko Haram retornaram por volta das 3h (horário local) a Dapchi e deixaram as meninas no centro da cidade. Segundo testemunhas, o grupo gritou que as garotas não deveriam voltar para a escola para receber "instrução ocidental".
"Não sei por que eles nos trouxeram de volta, mas eles disseram que era por sermos filhas de muçulmanos", relatou uma das meninas liberatdas à agência de notícias Reuters.
Outra garota contou que uma menina continuou nas mãos de combatentes de grupo por ser cristã e se recusar a se converter ao islamismo, e que outras cinco morreram no cativeiro. "Eles não nos machucaram, nos deram muita comida", acrescentou.
Segundo a imprensa local, as cinco meninas teriam morrido por asfixia pouco depois de seu sequestro, pois os veículos nos quais foram transportadas estavam cheios demais.
De acordo com Mohammed, após a libertação, a maioria das meninas foi levada para um hospital e está sob proteção militar. Elas serão colocadas em quarentena antes de voltarem à escola.
Raptos de meninas
O sequestro em Dapchi ocorreu em 19 de fevereiro e foi o maior rapto de meninas no país pelos extremistas desde abril de 2014, quando 276 garotas foram levadas de uma escola em Chibok.
Inicialmente, a polícia negou que houvesse desaparecimentos, mas, após a imprensa nigeriana noticiar o caso, as autoridades confirmaram o sumiço das meninas.
Mais de 20 mil pessoas morreram e 2 milhões foram obrigadas a deixar suas casas na Nigéria desde o início da insurgência do Boko Haram, em 2009.
Um dos episódios mais marcantes do conflito foi o sequestro em Chibok. Quase três anos após o rapto, cerca de 100 meninas continuam nas mãos do Boko Haram. Outras conseguiram escapar ou foram resgatadas, e muitas foram libertadas após negociações do grupo com o governo.
As meninas de Chibok tornaram-se um símbolo de dezenas de milhares de pessoas ainda retidas pelo Boko Haram, que usa os raptos em massa para recrutar extremistas. O grupo adquiriu notoriedade internacional ao estabelecer um califado islâmico no norte da Nigéria. Depois, declarou lealdade ao "Estado Islâmico".
CN/efe/rtr/lusa/ap
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Os terroristas não informaram o que motivou a decisão de libertar as meninas e nem a de raptá-las. Muitos nigerianos suspeitam, no entanto, que os jihadistas estavam atrás de um resgate. No ano passado, o grupo extremista recebeu milhões de euros para soltar algumas das meninas sequestradas em Chibok em 2014.
O governo nigeriano negou ter pagado resgate para o grupo soltar as meninas raptadas em fevereiro deste ano. "A única condição que nos deram seria não entregá-las a militares, mas soltá-las em Dapchi sem a presença militar", afirmou o ministro de Informação do país, Lai Mohammed.
Em nove veículos, combatentes do Boko Haram retornaram por volta das 3h (horário local) a Dapchi e deixaram as meninas no centro da cidade. Segundo testemunhas, o grupo gritou que as garotas não deveriam voltar para a escola para receber "instrução ocidental".
"Não sei por que eles nos trouxeram de volta, mas eles disseram que era por sermos filhas de muçulmanos", relatou uma das meninas liberatdas à agência de notícias Reuters.
Outra garota contou que uma menina continuou nas mãos de combatentes de grupo por ser cristã e se recusar a se converter ao islamismo, e que outras cinco morreram no cativeiro. "Eles não nos machucaram, nos deram muita comida", acrescentou.
Segundo a imprensa local, as cinco meninas teriam morrido por asfixia pouco depois de seu sequestro, pois os veículos nos quais foram transportadas estavam cheios demais.
De acordo com Mohammed, após a libertação, a maioria das meninas foi levada para um hospital e está sob proteção militar. Elas serão colocadas em quarentena antes de voltarem à escola.
Raptos de meninas
O sequestro em Dapchi ocorreu em 19 de fevereiro e foi o maior rapto de meninas no país pelos extremistas desde abril de 2014, quando 276 garotas foram levadas de uma escola em Chibok.
Inicialmente, a polícia negou que houvesse desaparecimentos, mas, após a imprensa nigeriana noticiar o caso, as autoridades confirmaram o sumiço das meninas.
Mais de 20 mil pessoas morreram e 2 milhões foram obrigadas a deixar suas casas na Nigéria desde o início da insurgência do Boko Haram, em 2009.
Um dos episódios mais marcantes do conflito foi o sequestro em Chibok. Quase três anos após o rapto, cerca de 100 meninas continuam nas mãos do Boko Haram. Outras conseguiram escapar ou foram resgatadas, e muitas foram libertadas após negociações do grupo com o governo.
As meninas de Chibok tornaram-se um símbolo de dezenas de milhares de pessoas ainda retidas pelo Boko Haram, que usa os raptos em massa para recrutar extremistas. O grupo adquiriu notoriedade internacional ao estabelecer um califado islâmico no norte da Nigéria. Depois, declarou lealdade ao "Estado Islâmico".
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