Congresso do Peru aceita renúncia do presidente
Vice-presidente Martin Vizcarra deve assumir cargo de Pedro Pablo Kuczynski. Renúncia ocorre em meio a crise provocada por revelação da tentativa de compra de votos para evitar destituição do presidente.O Congresso do Peru aceitou nesta sexta-feira (23/03) o pedido de renúncia do presidente Pedro Pablo Kuczynski. Com a aprovação, o vice-presidente Martin Vizcarra deve assumir o cargo.
Na votação sobre o pedido de renúncia, 105 parlamentares foram a favor e 12 contra a saída de Kuczynski. O presidente enfrentava seu segundo processo de destituição, depois de ter sido acusado de envolvimento no escândalo de corrupção protagonizado pela empreiteira brasileira Odebrecht.
Leia também: O Peru em seu momento político mais difícil
A sessão do Congresso para analisar o pedido do presidente estava prevista para quinta-feira, mas foi adiada, até o retorno ao Peru de Vizcarra, que se encontrava no Canadá em trabalho diplomático.
Apesar de aprovar a saída de Kuczynski, a maioria dos parlamentares rejeitou os termos do pedido e argumentou que nele o presidente se recusa a admitir que a crise política que o levou a tomar tal atitude é uma consequência de suas ações.
Kuczynski renunciou sob pressão do Congresso depois da divulgação de vídeos e áudios que mostram seus aliados tentando comprar votos de congressistas opositores para evitar sua destituição. Para justificar sua decisão, o presidente alegou haver um "clima de ingovernabilidade" que não permitiria avanços no país.
Ele denunciou ainda a "grave distorção do processo político" causada pela divulgação de vídeos e áudios que faziam-no "injustamente parecer como culpado de atos" dos quais não tinha participado e que, por isso, "o melhor para o país é que renuncie à presidência".
Compra de votos
O governo de Kuczynski mergulhou na terça-feira numa crise profunda depois que a oposição fujimorista publicou vídeos e áudios, que também aprofundaram a guerra política entre os irmãos Keiko Fujimori, líder do Força Popular, e Kenji Fujimori, dissidente desse grupo e aliado de Kuczynski.
Nas gravações se vê Kenji e outros congressistas próximos oferecendo ao legislador Moisés Mamani, do Força Popular, a realização de obras públicas na sua circunscrição eleitoral em troca de que votasse contra a destituição do presidente.
Os parlamentares tentavam conseguir votos para evitar a aprovação do pedido de moção contra Kuczynski, que foi apresentado em 8 de março pela oposição. Trata-se da segunda moção de destituição contra o presidente aprovada para debate no Congresso em apenas três meses. Em dezembro, Kuczynski se salvou graças à abstenção de dez legisladores do fujimorismo.
Três dias depois, Kuczynski concedeu um indulto humanitário ao ex-presidente Alberto Fujimori, condenado a 25 anos de prisão por crimes contra a humanidade. A medida levantou a suspeita de que o presidente teria feito um pacto com o parlamentar Kenji, filho do ex-presidente, para permanecer no cargo.
Kuczynski é acusado de ter recebido repasses no valor de 782 mil dólares da Odebrecht, no período em que ele ocupou os cargos de ministro da Economia e, posteriormente, de primeiro-ministro do país. Ele insiste que o dinheiro se trata de pagamentos legítimos por serviços de consultoria e nega ter recebido propina ou cometido qualquer ato ilícito.
CN/efe/lusa/dpa
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Na votação sobre o pedido de renúncia, 105 parlamentares foram a favor e 12 contra a saída de Kuczynski. O presidente enfrentava seu segundo processo de destituição, depois de ter sido acusado de envolvimento no escândalo de corrupção protagonizado pela empreiteira brasileira Odebrecht.
Leia também: O Peru em seu momento político mais difícil
A sessão do Congresso para analisar o pedido do presidente estava prevista para quinta-feira, mas foi adiada, até o retorno ao Peru de Vizcarra, que se encontrava no Canadá em trabalho diplomático.
Apesar de aprovar a saída de Kuczynski, a maioria dos parlamentares rejeitou os termos do pedido e argumentou que nele o presidente se recusa a admitir que a crise política que o levou a tomar tal atitude é uma consequência de suas ações.
Kuczynski renunciou sob pressão do Congresso depois da divulgação de vídeos e áudios que mostram seus aliados tentando comprar votos de congressistas opositores para evitar sua destituição. Para justificar sua decisão, o presidente alegou haver um "clima de ingovernabilidade" que não permitiria avanços no país.
Ele denunciou ainda a "grave distorção do processo político" causada pela divulgação de vídeos e áudios que faziam-no "injustamente parecer como culpado de atos" dos quais não tinha participado e que, por isso, "o melhor para o país é que renuncie à presidência".
Compra de votos
O governo de Kuczynski mergulhou na terça-feira numa crise profunda depois que a oposição fujimorista publicou vídeos e áudios, que também aprofundaram a guerra política entre os irmãos Keiko Fujimori, líder do Força Popular, e Kenji Fujimori, dissidente desse grupo e aliado de Kuczynski.
Nas gravações se vê Kenji e outros congressistas próximos oferecendo ao legislador Moisés Mamani, do Força Popular, a realização de obras públicas na sua circunscrição eleitoral em troca de que votasse contra a destituição do presidente.
Os parlamentares tentavam conseguir votos para evitar a aprovação do pedido de moção contra Kuczynski, que foi apresentado em 8 de março pela oposição. Trata-se da segunda moção de destituição contra o presidente aprovada para debate no Congresso em apenas três meses. Em dezembro, Kuczynski se salvou graças à abstenção de dez legisladores do fujimorismo.
Três dias depois, Kuczynski concedeu um indulto humanitário ao ex-presidente Alberto Fujimori, condenado a 25 anos de prisão por crimes contra a humanidade. A medida levantou a suspeita de que o presidente teria feito um pacto com o parlamentar Kenji, filho do ex-presidente, para permanecer no cargo.
Kuczynski é acusado de ter recebido repasses no valor de 782 mil dólares da Odebrecht, no período em que ele ocupou os cargos de ministro da Economia e, posteriormente, de primeiro-ministro do país. Ele insiste que o dinheiro se trata de pagamentos legítimos por serviços de consultoria e nega ter recebido propina ou cometido qualquer ato ilícito.
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