Governo promete multas e apela a caminhoneiros por fim de greve
Em meio a paralisação que já dura dias, ministro afirma que transportadoras serão multadas em R$ 100 mil por hora parada e que PF já emitiu pedidos de prisão contra empresários suspeitos de estar por trás do movimento.No sexto dia da greve dos caminhoneiros que parou o Brasil, o ministro Carlos Marun, da Secretaria de Governo, apelou neste sábado (26/05), após reunião com o presidente Michel Temer, para que os manifestantes encerrem a paralisação em nome da população.
Temer e ministros do gabinete de crise criado para monitorar a paralisação se reuniram para avaliar a efetividade das medidas adotadas para liberar as rodovias e reabastecer o país com os produtos retidos nos caminhões. Entre as medidas está o decreto assinado por Temer nesta sexta-feira que permite o uso de forças federais para liberar estradas.
Marun afirmou que o governo começará a aplicar multas de 100 mil reais por hora às entidades que mantiverem o bloqueio das vias públicas. A medida foi autorizada, a pedido do governo, pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), que também aprovou multas de 10 mil reais por dia aos motoristas que se recusarem a mover seus caminhões.
Marun afirmou também que a Polícia Federal está investigando e já emitiu pedidos de prisão para patrões que estariam por trás da paralisação de caminhoneiros, impedindo os motoristas de trabalhar. A lei proíbe prática, conhecida como locaute.
Na quinta-feira, o governo federal anunciou um acordo com lideranças de algumas associações da categoria, mas várias estradas continuaram obstruídas, ainda que parcialmente.
Em pronunciamento nesta sexta-feira, Temer afirmou que uma "minoria radical" está impedindo que muitos grevistas cumpram o acordo e voltem a transportar mercadorias.
Ao ser questionado sobre a existência de tal minoria radical, Marun disse que vários trabalhadores foram constrangidos para que não retornassem ao trabalho. O ministro não forneceu novos números sobre a paralisação.
Segundo Marun, Temer está particularmente preocupado com a situação da saúde. O presidente já havia declarado no dia anterior que o governo não permitira que "os hospitais fiquem sem insumos para salvar vidas".
"Não obstante nós tenhamos os principais hospitais do país em funcionamento, abastecidos, os seus estoques são de minutos, e nesse momento há uma grande preocupação", afirmou Marun. O ministro disse que caminhões de transporte de insumos de saúde que estiverem parados serão multados.
Marun sinalizou que o governo federal trabalha com a hipótese de contratar temporários para manter a produção nacional. Acrescentou, porém, que o objetivo é que todos retornem ao trabalho. Segundo ele, o diálogo com os caminhoneiros "não está interrompido".
A Associação Brasileira dos Caminhoneiros (Abcam) divulgou uma nota para pedir que os caminhoneiros retirem as interdições nas rodovias, mas bloqueios foram mantidos.
A greve
Desde o início da semana, caminhoneiros em vários estados do Brasil suspenderam os transportes e bloquearam parcialmente as rodovias. Caminhões carregados ocupam gramados e postos de combustíveis em protesto aos sucessivos reajustes do preço do diesel.
O setor de transporte de carga rodoviário representa mais de 60% de tudo o que circula no país, incluindo itens essenciais, como alimentos e combustíveis.
É difícil estimar quantos caminhoneiros deixaram de trabalhar desde o início da paralisação, mas os reflexos estão por toda parte, de postos de gasolina, a aeroportos, supermercados e universidades.
LPF/abr/ots
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A Deutsche Welle é a emissora internacional da Alemanha e produz jornalismo independente em 30 idiomas. Siga-nos no Facebook | Twitter | YouTube | WhatsApp | App | Instagram
Temer e ministros do gabinete de crise criado para monitorar a paralisação se reuniram para avaliar a efetividade das medidas adotadas para liberar as rodovias e reabastecer o país com os produtos retidos nos caminhões. Entre as medidas está o decreto assinado por Temer nesta sexta-feira que permite o uso de forças federais para liberar estradas.
Marun afirmou que o governo começará a aplicar multas de 100 mil reais por hora às entidades que mantiverem o bloqueio das vias públicas. A medida foi autorizada, a pedido do governo, pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), que também aprovou multas de 10 mil reais por dia aos motoristas que se recusarem a mover seus caminhões.
Marun afirmou também que a Polícia Federal está investigando e já emitiu pedidos de prisão para patrões que estariam por trás da paralisação de caminhoneiros, impedindo os motoristas de trabalhar. A lei proíbe prática, conhecida como locaute.
Na quinta-feira, o governo federal anunciou um acordo com lideranças de algumas associações da categoria, mas várias estradas continuaram obstruídas, ainda que parcialmente.
Em pronunciamento nesta sexta-feira, Temer afirmou que uma "minoria radical" está impedindo que muitos grevistas cumpram o acordo e voltem a transportar mercadorias.
Ao ser questionado sobre a existência de tal minoria radical, Marun disse que vários trabalhadores foram constrangidos para que não retornassem ao trabalho. O ministro não forneceu novos números sobre a paralisação.
Segundo Marun, Temer está particularmente preocupado com a situação da saúde. O presidente já havia declarado no dia anterior que o governo não permitira que "os hospitais fiquem sem insumos para salvar vidas".
"Não obstante nós tenhamos os principais hospitais do país em funcionamento, abastecidos, os seus estoques são de minutos, e nesse momento há uma grande preocupação", afirmou Marun. O ministro disse que caminhões de transporte de insumos de saúde que estiverem parados serão multados.
Marun sinalizou que o governo federal trabalha com a hipótese de contratar temporários para manter a produção nacional. Acrescentou, porém, que o objetivo é que todos retornem ao trabalho. Segundo ele, o diálogo com os caminhoneiros "não está interrompido".
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A greve
Desde o início da semana, caminhoneiros em vários estados do Brasil suspenderam os transportes e bloquearam parcialmente as rodovias. Caminhões carregados ocupam gramados e postos de combustíveis em protesto aos sucessivos reajustes do preço do diesel.
O setor de transporte de carga rodoviário representa mais de 60% de tudo o que circula no país, incluindo itens essenciais, como alimentos e combustíveis.
É difícil estimar quantos caminhoneiros deixaram de trabalhar desde o início da paralisação, mas os reflexos estão por toda parte, de postos de gasolina, a aeroportos, supermercados e universidades.
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