1959: Expira ultimato soviético para Berlim
No dia 27 de maio de 1959 terminava o prazo de seis meses concedido pela União Soviética para que os Aliados se retirassem de Berlim.Em 1958, o vice-primeiro-ministro da Alemanha Oriental, Walter Ulbricht, deu os primeiros sinais inconfundíveis do início de uma prova de força. Ele disse que Berlim inteira situava-se em território da República Democrática Alemã (RDA) e, portanto, pertencia à área de soberania da Alemanha comunista.
Um discurso no mesmo tom foi feito pelo chefe de partido e de governo da União Soviética, Nikita Kruchev, no dia 10 de novembro de 1958, em Moscou. Ele afirmou que as potências ocidentais não tinham bases legais para continuar ocupando Berlim.
O que mais irritou no discurso de Kruchev não foi o anúncio de que os órgãos soviéticos entregariam à RDA tudo o que ainda controlavam em Berlim e, sim, a prepotência da declaração. O social-democrata Willy Brandt, então prefeito de Berlim Ocidental, percebeu exatamente as intenções dos soviéticos: "A meta é submeter Berlim inteira à influência soviética, como já foi tentado com a introdução do marco oriental", disse Brandt.
Ultimato e reveses
A situação, porém, complicou quando Nikita Kruchev apresentou um ultimato às três potências aliadas (Estados Unidos, Reino Unido e França), no dia 27 de novembro de 1958. Ele exigia a transformação de Berlim numa "unidade política autônoma" com o status de "cidade livre desmilitarizada".
No prazo de meio ano, as negociações sobre Berlim deveriam resultar numa solução. Do contrário, a União Soviética entraria em acordo com a RDA para que esta tomasse toda Berlim, cujo território estava encravado dentro da Alemanha comunista.
A Alemanha Ocidental reagiu preocupada, mas sem entrar em pânico. Os participantes da reunião do Conselho da Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte) rejeitaram, decididamente, a reivindicação soviética. Kruchev foi adiante e apresentou, em janeiro de 1959, uma proposta de acordo de paz, evidenciando seu plano de enxotar da Alemanha as potências ocidentais.
A partir daquele momento, tanto o governo e a oposição na Alemanha Ocidental quanto os Aliados tentaram forçar a União Soviética a negociar, através de várias iniciativas e conferências. No começo de maio de 1959, o ministro das Relações Exteriores da URSS, Andrei Gromyko, finalmente concordou em participar de uma conferência com seus colegas ocidentais de pasta.
O encontro em Genebra, entretanto, não trouxe resultados, porque o assunto principal das negociações, a questão de Berlim,continuou sem solução. Mas o êxito desses esforços foi que, em 27 de maio de 1959 — dia em que expirou o ultimato soviético — as potências mundiais estavam sentadas à mesa de negociações e o conflito militar foi evitado. A visita de Kruchev aos Estados Unidos, no mesmo ano, melhorou as relações entre os dois blocos.
Um discurso no mesmo tom foi feito pelo chefe de partido e de governo da União Soviética, Nikita Kruchev, no dia 10 de novembro de 1958, em Moscou. Ele afirmou que as potências ocidentais não tinham bases legais para continuar ocupando Berlim.
O que mais irritou no discurso de Kruchev não foi o anúncio de que os órgãos soviéticos entregariam à RDA tudo o que ainda controlavam em Berlim e, sim, a prepotência da declaração. O social-democrata Willy Brandt, então prefeito de Berlim Ocidental, percebeu exatamente as intenções dos soviéticos: "A meta é submeter Berlim inteira à influência soviética, como já foi tentado com a introdução do marco oriental", disse Brandt.
Ultimato e reveses
A situação, porém, complicou quando Nikita Kruchev apresentou um ultimato às três potências aliadas (Estados Unidos, Reino Unido e França), no dia 27 de novembro de 1958. Ele exigia a transformação de Berlim numa "unidade política autônoma" com o status de "cidade livre desmilitarizada".
No prazo de meio ano, as negociações sobre Berlim deveriam resultar numa solução. Do contrário, a União Soviética entraria em acordo com a RDA para que esta tomasse toda Berlim, cujo território estava encravado dentro da Alemanha comunista.
A Alemanha Ocidental reagiu preocupada, mas sem entrar em pânico. Os participantes da reunião do Conselho da Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte) rejeitaram, decididamente, a reivindicação soviética. Kruchev foi adiante e apresentou, em janeiro de 1959, uma proposta de acordo de paz, evidenciando seu plano de enxotar da Alemanha as potências ocidentais.
A partir daquele momento, tanto o governo e a oposição na Alemanha Ocidental quanto os Aliados tentaram forçar a União Soviética a negociar, através de várias iniciativas e conferências. No começo de maio de 1959, o ministro das Relações Exteriores da URSS, Andrei Gromyko, finalmente concordou em participar de uma conferência com seus colegas ocidentais de pasta.
O encontro em Genebra, entretanto, não trouxe resultados, porque o assunto principal das negociações, a questão de Berlim,continuou sem solução. Mas o êxito desses esforços foi que, em 27 de maio de 1959 — dia em que expirou o ultimato soviético — as potências mundiais estavam sentadas à mesa de negociações e o conflito militar foi evitado. A visita de Kruchev aos Estados Unidos, no mesmo ano, melhorou as relações entre os dois blocos.
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