PIB dobrou, subsídios chegaram: entrada da Polônia na UE é "case de sucesso"
Poucos países ganharam tanto como a Polônia com a entrada na União Europeia. O PIB mais que duplicou, e o país é o maior beneficiário dos subsídios europeus. O governo da Polônia e as autoridades da União Europeia (UE) estão em pé de guerra por causa da polêmica reforma do Judiciário polonês, e também a recusa de Varsóvia em receber refugiados piorou as relações com outros países-membros da UE.
Polêmicas desse gênero costumam ofuscar os ganhos que muitos países obtiveram com o ingresso na UE, e a Polônia, hoje o maior receptor de recursos de Bruxelas, é o melhor exemplo disso.
A Polônia ingressou na União Europeia em 1º de maio de 2004. Nos primeiros dez anos, o país recebeu subsídios de 92,4 bilhões de euros vindos de Bruxelas. Os poloneses também contribuíram ao orçamento europeu, com 30,9 bilhões de euros. No saldo, ficaram no positivo: são 61,5 bilhões de euros.
E essa situação se repete no período em andamento, que vai de 2014 a 2020. São mais 115 bilhões de euros de subsídios oriundos de Bruxelas. Descontada a contribuição polonesa, o resultado líquido é superior a 80 bilhões de euros.
Boa parte desse dinheiro está sendo investida em infraestrutura, por exemplo em estradas. Antes da UE, a Polônia tinha pouco mais de 600 quilômetros de rodovias de alta velocidade. Hoje são mais de 3.200 quilômetros.
De cada 3 euros que a Polônia recebe de Bruxelas, 1 euro vai para a agricultura. Só entre 2004 e 2014 foram cerca de 29 bilhões de euros investidos no setor. O resultado: hoje a Polônia é o maior exportadora de maçã e de cereja do mundo.
O acesso ao mercado comum europeu também ajudou a transformar a economia polonesa. Entre 2004 e 2016, as exportações quase quadruplicaram, passando de 48 bilhões para 183 bilhões de euros. Quase 80% vai para a União Europeia, e a Alemanha é o principal parceiro comercial.
O Produto Interno Bruto (PIB) passou de 204 bilhões de euros, em 2004, para 525 bilhões de euros em 2017. Só no ano passado a alta foi de 4,6%. Para 2018, a previsão é de que o PIB chegue a 614 bilhões de euros. Já o desemprego caiu de 19,5% em 2004 para cerca de 4% em 2018.
Isso sem falar nos mais de 2 milhões de poloneses que estudam ou trabalham em outros países da União Europeia, como o Reino Unido e a Alemanha. Muitos deles também enviam dinheiro para seus familiares que ficaram na Polônia. Apenas em 2015, foram mais de 4 bilhões de euros.
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