Berlim acha novo lugar para polêmico chefe da inteligência
Hans-Georg Maassen se tornou pivô de um escândalo nacional, após ter dado declarações minimizando violência e protestos xenófobos no leste da Alemanha. Agora, ele atuará como consultor do ministro do Interior.Após clamor nacional, o ministro do Interior da Alemanha, Horst Seehofer, anunciou no domingo (23/09) que um novo acordo foi alcançado sobre o destino do ex-chefe da inteligência alemã. Hans-Georg Maassen ficará no Ministério do Interior como consultor.
"A medida será implementada de maneira rápida e eficiente", garantiu o porta-voz do governo alemão, Steffen Seibert.
Maassen se tornou pivô de um escândalo nacional após ter dado declarações minimizando protestos xenófobos e a violência de extrema direita em Chemnitz, no leste do país. Ele questionou a veracidade das imagens que mostravam parte da violência de organizações de extrema direita em Chemnitz.
Pouco tempo depois, foi revelado que Maassen repassou informações confidenciais sobre o extremismo islâmico ao partido populista Alternativa para a Alemanha (AfD). Apesar disso, Seehofer manteve-se ao seu lado, num dos mais recentes pontos de uma série de conflitos entre o conservador bávaro e a chanceler federal Angela Merkel.
Os líderes da coalizão do governo federal – Merkel, da União Democrata Cristã (CDU), Seehofer, da União Social Cristã (CSU), e Andrea Nahles, do Partido Social-Democrata (SPD) – decidiram numa reunião pela remoção de Maassen, na terça-feira, e chegaram a anunciar sua transferência para o cargo de secretário de Estado do Ministério do Interior.
A "promoção" de Maassen foi recebida com consternação na Alemanha, particularmente por partidos da oposição. Os social-democratas foram os mais atingidos pelas críticas e enfrentaram acusações de terem sido covardes ao compactuarem com a realocação de Maassen.
Os cambaleantes números do SPD nas pesquisas de opinião caíram ainda mais e colocaram os populistas da AfD como segunda força política da Alemanha. Nahles se desculpou publicamente pelo acordo prévio. No domingo, a chefe dos social-democratas disse que o novo acordo é "um sinal forte de que a coalizão leva as críticas públicas a sério e pode se corrigir".
O líder do Partido Liberal (FDP), Christian Lindner, criticou o novo acordo. "Isso revela o verdadeiro caráter da grande coalizão", escreveu no Twitter. "Desconectado da resolução de problemas reais. É tudo sobre salvar a própria imagem e apaziguar."
A líder parlamentar do Partido Verde, Katrin-Göring Eckardt, expressou seu desapontamento com o compromisso. "Maassen fica", escreveu ela no Twitter. "Isso cria novos problemas. Permanece a pessoa que mentiu para o Parlamento sobre Anis Amri [terrorista responsável pelo ataque a um mercado natalino em Berlim, em 2017], instrui a AfD e espalha teorias de conspiração de direita."
De acordo com Seehofer, Maassen permanecerá no Ministério do Interior, mas como seu consultor para questões de relações internacionais, aliviando-o assim de quaisquer deveres relacionados à inteligência ou à política de segurança.
PV/afp/dpa
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A Deutsche Welle é a emissora internacional da Alemanha e produz jornalismo independente em 30 idiomas. Siga-nos no Facebook | Twitter | YouTube | WhatsApp |
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"A medida será implementada de maneira rápida e eficiente", garantiu o porta-voz do governo alemão, Steffen Seibert.
Maassen se tornou pivô de um escândalo nacional após ter dado declarações minimizando protestos xenófobos e a violência de extrema direita em Chemnitz, no leste do país. Ele questionou a veracidade das imagens que mostravam parte da violência de organizações de extrema direita em Chemnitz.
Pouco tempo depois, foi revelado que Maassen repassou informações confidenciais sobre o extremismo islâmico ao partido populista Alternativa para a Alemanha (AfD). Apesar disso, Seehofer manteve-se ao seu lado, num dos mais recentes pontos de uma série de conflitos entre o conservador bávaro e a chanceler federal Angela Merkel.
Os líderes da coalizão do governo federal – Merkel, da União Democrata Cristã (CDU), Seehofer, da União Social Cristã (CSU), e Andrea Nahles, do Partido Social-Democrata (SPD) – decidiram numa reunião pela remoção de Maassen, na terça-feira, e chegaram a anunciar sua transferência para o cargo de secretário de Estado do Ministério do Interior.
A "promoção" de Maassen foi recebida com consternação na Alemanha, particularmente por partidos da oposição. Os social-democratas foram os mais atingidos pelas críticas e enfrentaram acusações de terem sido covardes ao compactuarem com a realocação de Maassen.
Os cambaleantes números do SPD nas pesquisas de opinião caíram ainda mais e colocaram os populistas da AfD como segunda força política da Alemanha. Nahles se desculpou publicamente pelo acordo prévio. No domingo, a chefe dos social-democratas disse que o novo acordo é "um sinal forte de que a coalizão leva as críticas públicas a sério e pode se corrigir".
O líder do Partido Liberal (FDP), Christian Lindner, criticou o novo acordo. "Isso revela o verdadeiro caráter da grande coalizão", escreveu no Twitter. "Desconectado da resolução de problemas reais. É tudo sobre salvar a própria imagem e apaziguar."
A líder parlamentar do Partido Verde, Katrin-Göring Eckardt, expressou seu desapontamento com o compromisso. "Maassen fica", escreveu ela no Twitter. "Isso cria novos problemas. Permanece a pessoa que mentiu para o Parlamento sobre Anis Amri [terrorista responsável pelo ataque a um mercado natalino em Berlim, em 2017], instrui a AfD e espalha teorias de conspiração de direita."
De acordo com Seehofer, Maassen permanecerá no Ministério do Interior, mas como seu consultor para questões de relações internacionais, aliviando-o assim de quaisquer deveres relacionados à inteligência ou à política de segurança.
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