Negros enfrentam preconceito e exclusão na UE, diz estudo
Um terço da pessoas de ascendência africana que vivem na União Europeia diz ter sido alvo de racismo nos últimos cinco anos, enfrentando problemas com a polícia e na busca por emprego e moradia, por exemplo.Pessoas negras que vivem na União Europeia (UE) são alvo de racismo e preconceito generalizado em muitas áreas da vida, aponta um relatório publicado nesta quarta-feira (28/11) pelo bloco.
"Quase 20 anos após a adoção de leis proibindo a discriminação na UE, pessoas de ascendência africana enfrentam preconceito generalizado e arraigado e exclusão", afirma Michael O'Flaherty, diretor da Agência dos Direitos Fundamentais da União Europeia (FRA) no relatório Being Black in the EU (Ser negro na UE).
O documento é resultado de entrevistas realizadas em 2015 e 2016 com cerca de 5.800 pessoas de ascendência africana em 12 membros da UE: Alemanha, Áustria, Dinamarca, Finlândia, França, Irlanda, Itália, Luxemburgo, Malta, Portugal, Suécia e Reino Unido.
Quase um terço dos entrevistados disse ter vivenciado algum tipo de racismo nos últimos cinco anos. Do total de entrevistados, 5% foram alvo de um ataque violento, e 10% destes disseram que o agressor foi um policial.
Mais de 60% dos negros que foram alvo de ataques violentos não reportaram os incidentes às autoridades. Muitos afirmaram não confiar na polícia ou ter a impressão de que a denúncia não surtiria efeito algum.
Outro problema é a abordagem policial. Um quarto dos entrevistados disse ter sido parado pela polícia nos últimos anos, e 41% deles acreditam que a abordagem teve um fundo racial.
"A perfilagem discriminatória pela polícia é uma realidade comum", diz o relatório, destacando que a prática é ilegal e mina a confiança na polícia.
O relatório da FRA também analisou a discriminação racial envolvendo emprego, moradia e educação. Mais de um quarto dos entrevistados disse ter enfrentado tratamento injusto em ao menos uma dessas áreas nos últimos cinco anos.
Em relação à moradia, por exemplo, 14% disseram ter sido impedidos pelo proprietário de alugar um imóvel devido à sua origem. Além disso, um quarto dos entrevistados se sentiu descriminado ao buscar emprego.
"Um padrão particularmente inquietante é que indivíduos mais jovens tendem a experimentar mais discriminação e exclusão do que indivíduos mais velhos. Isso torna ainda mais urgente a necessidade de esforços intensificados para promover a plena inclusão de pessoas de ascendência africana na UE", disse O'Flaherty.
A FRA instou os governos da UE a combaterem a discriminação e a perfilagem racial pela polícia, além de garantir que vítimas de abuso possam buscar reparação.
LPF/afp/dw/ots
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A Deutsche Welle é a emissora internacional da Alemanha e produz jornalismo independente em 30 idiomas. Siga-nos no Facebook | Twitter | YouTube
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"Quase 20 anos após a adoção de leis proibindo a discriminação na UE, pessoas de ascendência africana enfrentam preconceito generalizado e arraigado e exclusão", afirma Michael O'Flaherty, diretor da Agência dos Direitos Fundamentais da União Europeia (FRA) no relatório Being Black in the EU (Ser negro na UE).
O documento é resultado de entrevistas realizadas em 2015 e 2016 com cerca de 5.800 pessoas de ascendência africana em 12 membros da UE: Alemanha, Áustria, Dinamarca, Finlândia, França, Irlanda, Itália, Luxemburgo, Malta, Portugal, Suécia e Reino Unido.
Quase um terço dos entrevistados disse ter vivenciado algum tipo de racismo nos últimos cinco anos. Do total de entrevistados, 5% foram alvo de um ataque violento, e 10% destes disseram que o agressor foi um policial.
Mais de 60% dos negros que foram alvo de ataques violentos não reportaram os incidentes às autoridades. Muitos afirmaram não confiar na polícia ou ter a impressão de que a denúncia não surtiria efeito algum.
Outro problema é a abordagem policial. Um quarto dos entrevistados disse ter sido parado pela polícia nos últimos anos, e 41% deles acreditam que a abordagem teve um fundo racial.
"A perfilagem discriminatória pela polícia é uma realidade comum", diz o relatório, destacando que a prática é ilegal e mina a confiança na polícia.
O relatório da FRA também analisou a discriminação racial envolvendo emprego, moradia e educação. Mais de um quarto dos entrevistados disse ter enfrentado tratamento injusto em ao menos uma dessas áreas nos últimos cinco anos.
Em relação à moradia, por exemplo, 14% disseram ter sido impedidos pelo proprietário de alugar um imóvel devido à sua origem. Além disso, um quarto dos entrevistados se sentiu descriminado ao buscar emprego.
"Um padrão particularmente inquietante é que indivíduos mais jovens tendem a experimentar mais discriminação e exclusão do que indivíduos mais velhos. Isso torna ainda mais urgente a necessidade de esforços intensificados para promover a plena inclusão de pessoas de ascendência africana na UE", disse O'Flaherty.
A FRA instou os governos da UE a combaterem a discriminação e a perfilagem racial pela polícia, além de garantir que vítimas de abuso possam buscar reparação.
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