Unicef destaca foto de garoto togolês com próteses
Imagem de fotógrafo espanhol expõe sofrimento de crianças com deficiências, especialmente na África Ocidental, onde são vítimas de discriminação. Crise dos rohingya e conflito israelo-palestino também são tematizados.Pessoas com deficiência são expostas a mitos e discriminações em partes da África Ocidental – especialmente crianças com deficiência mental ou física sofrem humilhações. Essa situação é retratada pela imagem agraciada com o prêmio de Foto do Ano do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) de 2018.
A imagem vencedora mostra um menino do Togo com próteses nas pernas e foi tirada pelo fotógrafo espanhol Antonio Aragón Renuncio. Em algumas regiões do Togo ainda é prática que crianças com deficiências sejam mal-tratadas ou até mesmo rejeitadas por suas famílias, segundo o Unicef.
Na cidade togolesa de Bombouaka, porém, funciona o Centro Saint Louis Orione, batizado com o nome do franciscano italiano falecido em 1940 e que começou em 1908 a ajudar órfãos no país.
Atualmente vivem cerca de 70 crianças órfãs no Centro Saint Louis Orione, onde elas recebem tratamento médico, podem brincar e não são tratadas como seres inferiores. Uma dessas crianças é justamente o menino retratado por Renuncio.
Há mais de 93 milhões de crianças com deficiências de moderadas a graves em todo o mundo. As principais causas de deficiências nos países em desenvolvimento incluem desnutrição, obstetrícia inadequada e falta de vacinação, por exemplo, contra a pólio. "Para que essas crianças também consigam contar suas histórias, elas precisam ser vistas", afirmou o Unicef.
Em segundo lugar ficou o retrato de um bebê da minoria rohingya que representa as milhares de crianças apátridas, nascidas em fuga, sem uma certidão de nascimento. A imagem do fotógrafo Turjoy Chowdhury mostra um bebê de 18 dias, ainda sem nome – seus pais fugiram de Myanmar e buscaram refúgio em Bangladesh.
Pessoas sem certidão de nascimento e nacionalidades encontram barreiras aos acessos à educação, seguridade social, direito de votar ou à abertura de uma conta bancária. O trabalho infantil, o recrutamento como soldados mirins e condenações sob direto penal adulto são alguns dos perigos para os jovens que não conseguem comprovar sua idade.
A fotografia de Chowdhury faz parte de uma série de retratos tirados num acampamento de refugiados em Cox's Bazar, no sul de Bangladesh.
Completa a lista a imagem tirada pela fotógrafa israelense Rina Castelnuovo, que mostra um menino palestino com uma doença autoimune acompanhado de seu avô e de um ativista israelense. A doença autoimune de Mohammed, nascido na Faixa de Gaza em 2009 e filho de um ativista do Hamas, não tinha como ser tratada em Gaza.
Com isso, sua mãe decidiu entregar o menino, na época com 3 meses de vida, aos cuidados de médicos em Israel. Apenas seu avô Abu Naim foi autorizado a acompanhá-lo – a mãe pode visitá-lo raramente. Uma infecção no corpo do garoto obrigou os médicos a amputar seus antebraços e pernas. Um destino trágico que tem como pano de fundo o conflito entre israelenses e palestinos.
Na foto, Mohammed está entre seu avô e Bumba Inbar, um ativista israelense pela paz cujo filho morreu como soldado no Líbano. Mohammed tem três irmãos e um pai, que quer que seu filho retorne do "país inimigo".
PV/epd/dpa
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A Deutsche Welle é a emissora internacional da Alemanha e produz jornalismo independente em 30 idiomas. Siga-nos no Facebook | Twitter | YouTube
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A imagem vencedora mostra um menino do Togo com próteses nas pernas e foi tirada pelo fotógrafo espanhol Antonio Aragón Renuncio. Em algumas regiões do Togo ainda é prática que crianças com deficiências sejam mal-tratadas ou até mesmo rejeitadas por suas famílias, segundo o Unicef.
Na cidade togolesa de Bombouaka, porém, funciona o Centro Saint Louis Orione, batizado com o nome do franciscano italiano falecido em 1940 e que começou em 1908 a ajudar órfãos no país.
Atualmente vivem cerca de 70 crianças órfãs no Centro Saint Louis Orione, onde elas recebem tratamento médico, podem brincar e não são tratadas como seres inferiores. Uma dessas crianças é justamente o menino retratado por Renuncio.
Há mais de 93 milhões de crianças com deficiências de moderadas a graves em todo o mundo. As principais causas de deficiências nos países em desenvolvimento incluem desnutrição, obstetrícia inadequada e falta de vacinação, por exemplo, contra a pólio. "Para que essas crianças também consigam contar suas histórias, elas precisam ser vistas", afirmou o Unicef.
Em segundo lugar ficou o retrato de um bebê da minoria rohingya que representa as milhares de crianças apátridas, nascidas em fuga, sem uma certidão de nascimento. A imagem do fotógrafo Turjoy Chowdhury mostra um bebê de 18 dias, ainda sem nome – seus pais fugiram de Myanmar e buscaram refúgio em Bangladesh.
Pessoas sem certidão de nascimento e nacionalidades encontram barreiras aos acessos à educação, seguridade social, direito de votar ou à abertura de uma conta bancária. O trabalho infantil, o recrutamento como soldados mirins e condenações sob direto penal adulto são alguns dos perigos para os jovens que não conseguem comprovar sua idade.
A fotografia de Chowdhury faz parte de uma série de retratos tirados num acampamento de refugiados em Cox's Bazar, no sul de Bangladesh.
Completa a lista a imagem tirada pela fotógrafa israelense Rina Castelnuovo, que mostra um menino palestino com uma doença autoimune acompanhado de seu avô e de um ativista israelense. A doença autoimune de Mohammed, nascido na Faixa de Gaza em 2009 e filho de um ativista do Hamas, não tinha como ser tratada em Gaza.
Com isso, sua mãe decidiu entregar o menino, na época com 3 meses de vida, aos cuidados de médicos em Israel. Apenas seu avô Abu Naim foi autorizado a acompanhá-lo – a mãe pode visitá-lo raramente. Uma infecção no corpo do garoto obrigou os médicos a amputar seus antebraços e pernas. Um destino trágico que tem como pano de fundo o conflito entre israelenses e palestinos.
Na foto, Mohammed está entre seu avô e Bumba Inbar, um ativista israelense pela paz cujo filho morreu como soldado no Líbano. Mohammed tem três irmãos e um pai, que quer que seu filho retorne do "país inimigo".
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