"Cumprimos a missão", diz general sobre intervenção no Rio
Índices de criminalidade caíram no estado em dez meses de intervenção, mas letalidade policial no período foi a maior desde o fim da década de 1990.O interventor federal na segurança pública do Rio de Janeiro, general Walter Braga Netto, disse nesta quinta-feira (27/12) que após dez meses de trabalho a intervenção atingiu os objetivos de recuperar a capacidade operativa dos órgãos de segurança pública e baixar os índices de criminalidade.
"Temos a convicção de que trilhamos um caminho difícil e incerto, mas cumprimos a missão”, disse durante a cerimônia de encerramento da intervenção, que ocorreu no Comando Militar do Leste, centro do Rio.
Braga Netto destacou ainda a participação da sociedade carioca, de instituições públicas e privadas, de órgãos de segurança pública que trabalharam de forma integrada às Forças Armadas, o que, para ele, significa um marco histórico.
O general defendeu mais uma vez a importância da continuidade da integração das forças. "Os desafios da segurança pública só serão vencidos se enfrentados de forma integrada, onde cada organização oferece as suas melhores capacidades para atingirmos o bem comum”, apontou.
Ainda durante o discurso, Braga Netto comparou o início da intervenção em fevereiro deste ano a um avião que precisou começar a funcionar em pleno voo. "Diferente do que muitos imaginam, não tínhamos um plano pronto. A surpresa foi nossa companheira e sabíamos que a demanda requerida era urgente. Sentimos orgulho quando literalmente percebemos que os homens e mulheres que se somavam à equipe inicial, não apenas aprendiam a pilotar esse ‘avião', mas estavam construindo-o em pleno voo”, indicou.
Braga Netto destacou o planejamento estratégico, concluído pelos integrantes do Gabinete de Intervenção Federal em pouco tempo, que orientou as ações em dois eixos principais: recuperar a capacidade operativa dos órgãos de segurança pública e baixar os índices de criminalidade, visando a recuperação da sensação de segurança pela população carioca e a transformação dos órgãos de Segurança Pública em instituições do estado.
Durante a cerimônia, o ministro da Justiça, Torquato Jardim, apresentou uma mensagem de áudio gravada do presidente Michel Temer elogiando o "brilhante trabalho” realizado pela intervenção. Sem detalhar os números, Temer destacou a queda em indicadores de criminalidade e o apoio da população. "Não foi sem razão que a população do Rio de Janeiro em todas as pesquisas revelava o aplauso à intervenção”, afirmou.
Números
Durante a intervenção, roubos de rua, carga, veículo, e latrocínio foram os crimes que mais registraram redução no período. No caso dos roubos de cargas, a queda foi de 19,58% entre março e novembro.
Já os índices de homicídio doloso, que estavam alta no estado desde janeiro de 2016, chegaram a crescer no início da intervenção, registrando alta de 9% em abril na comparação com o mesmo mês de 2017. Mas a partir de junho, o índice começou a cair. No acumulado entre março e novembro, a diminuição foi de 13,6% em relação ao mesmo período de 2017. Já os casos de latrocínio (roubo seguido de morte) tiveram diminuição de 33,72%.
Mas a intervenção também foi marcada como o período de maior letalidade policial no estado desde dezembro de 1999, quando foi criado o Instituto de Segurança Pública do Rio de Janeiro (ISP), uma autarquia ligada ao governo estadual. Nos últimos dez meses, foram registradas 1.185 mortes durante confrontos. O aumento chegou a 37% em comparação ao mesmo período de 2017. No acumulado do ano, de janeiro a novembro, o número de mortos em confrontos alcançou 1.444.
JPS/ab/ots
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"Temos a convicção de que trilhamos um caminho difícil e incerto, mas cumprimos a missão”, disse durante a cerimônia de encerramento da intervenção, que ocorreu no Comando Militar do Leste, centro do Rio.
Braga Netto destacou ainda a participação da sociedade carioca, de instituições públicas e privadas, de órgãos de segurança pública que trabalharam de forma integrada às Forças Armadas, o que, para ele, significa um marco histórico.
O general defendeu mais uma vez a importância da continuidade da integração das forças. "Os desafios da segurança pública só serão vencidos se enfrentados de forma integrada, onde cada organização oferece as suas melhores capacidades para atingirmos o bem comum”, apontou.
Ainda durante o discurso, Braga Netto comparou o início da intervenção em fevereiro deste ano a um avião que precisou começar a funcionar em pleno voo. "Diferente do que muitos imaginam, não tínhamos um plano pronto. A surpresa foi nossa companheira e sabíamos que a demanda requerida era urgente. Sentimos orgulho quando literalmente percebemos que os homens e mulheres que se somavam à equipe inicial, não apenas aprendiam a pilotar esse ‘avião', mas estavam construindo-o em pleno voo”, indicou.
Braga Netto destacou o planejamento estratégico, concluído pelos integrantes do Gabinete de Intervenção Federal em pouco tempo, que orientou as ações em dois eixos principais: recuperar a capacidade operativa dos órgãos de segurança pública e baixar os índices de criminalidade, visando a recuperação da sensação de segurança pela população carioca e a transformação dos órgãos de Segurança Pública em instituições do estado.
Durante a cerimônia, o ministro da Justiça, Torquato Jardim, apresentou uma mensagem de áudio gravada do presidente Michel Temer elogiando o "brilhante trabalho” realizado pela intervenção. Sem detalhar os números, Temer destacou a queda em indicadores de criminalidade e o apoio da população. "Não foi sem razão que a população do Rio de Janeiro em todas as pesquisas revelava o aplauso à intervenção”, afirmou.
Números
Durante a intervenção, roubos de rua, carga, veículo, e latrocínio foram os crimes que mais registraram redução no período. No caso dos roubos de cargas, a queda foi de 19,58% entre março e novembro.
Já os índices de homicídio doloso, que estavam alta no estado desde janeiro de 2016, chegaram a crescer no início da intervenção, registrando alta de 9% em abril na comparação com o mesmo mês de 2017. Mas a partir de junho, o índice começou a cair. No acumulado entre março e novembro, a diminuição foi de 13,6% em relação ao mesmo período de 2017. Já os casos de latrocínio (roubo seguido de morte) tiveram diminuição de 33,72%.
Mas a intervenção também foi marcada como o período de maior letalidade policial no estado desde dezembro de 1999, quando foi criado o Instituto de Segurança Pública do Rio de Janeiro (ISP), uma autarquia ligada ao governo estadual. Nos últimos dez meses, foram registradas 1.185 mortes durante confrontos. O aumento chegou a 37% em comparação ao mesmo período de 2017. No acumulado do ano, de janeiro a novembro, o número de mortos em confrontos alcançou 1.444.
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