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Brasil tem inflação de 0,67% em junho
Brasil tem inflação de 0,67% em junho - Alta no mês foi puxada principalmente pela alimentação fora de casa e pelos planos de saúde. Variação em doze meses chega a 11,89%.A inflação no Brasil foi de 0,67% no mês de junho, segundo informações divulgadas nesta sexta-feira (08/07) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). É a maior alta do Índice Nacional de Preços ao Consumidor (IPCA) para o mês desde junho de 2018. Em maio passado, a inflação havia sido de 0,47%.
No acumulado de 12 meses, a inflação subiu para 11,89% – em maio, era de 11,73%. Esse índice registra dois dígitos desde setembro do ano passado, há 10 meses, o que não ocorria desde um período de 13 meses nos anos 2002 e 2003.
Os principais responsáveis por estimularem a inflação foram o consumo de alimentos fora de casa (alta de 1,26%) e os planos de saúde (2,99%). As refeições, por exemplo, tiveram aumento médio de 0,95%, enquanto os lanches subiram 2,21%. No geral, o setor de alimentos e bebidas teve aumento de 0,80%.
"O resultado foi influenciado pelo aumento dos preços dos alimentos para consumo fora de casa", disse Pedro Kislanov, responsável pelo estudo do IBGE. "Assim como outros serviços que tiveram a demanda reprimida na pandemia, há também uma retomada na busca pela refeição fora de casa. Isso é refletido nos preços", afirmou.
Ao avaliar a evolução dos preços no Brasil durante o primeiro semestre, Kislanov destacou que no primeiro trimestre também foram os alimentos que tiveram maior impacto na inflação.
Já os planos de saúde (2,99%) subiram devido ao reajuste de até 15,50% autorizado pela Agência Nacional de Saúde (ANS) em modalidades individuais. Com isso, o setor registrou o maior impacto individual no IPCA em junho: 0,10 ponto percentual, impulsionando alta de 1,24% na categoria de saúde e cuidados pessoais.
Com os resultados de junho, o Banco Central elevou de 88% para 100% o risco de o país não cumprir a meta de inflação de 3,5%, com margem de erro de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo, estabelecida pelo governo para 2022.
Para tentar controlar a alta de preços, o Banco Central vem aumentando gradativamente as taxas de juros, que agora estão em 13,25% ao ano, o maior nível desde dezembro de 2016.
Outros setores também registram aumento
Embora a alimentação fora dos domicílios e os planos de saúde tenham puxado a fila, outros setores também ajudaram a impulsionar a inflação. Alimentos para o consumo em casa, por exemplo, subiram 0,63%.
Os transportes registraram alta de 0,57% em junho, embora o mês anterior tenha sinalizado desaceleração em comparação a maio, quando a taxa foi de 1,34%. Essa redução teria ocorrido principalmente devido à queda de 1,20% no preço dos combustíveis.
A gasolina e o etanol tiveram queda de 0,72% e 6,41% no IPCA de junho, embora o óleo diesel tenha registrado alta de 3,82%.
Ainda no setor de transportes, as passagens aéreas registraram alta acumulada de 122,40% nos últimos 12 meses, o que caracteriza a maior variação entre os itens pesquisados. Apenas em junho, as passagens subiram 18,33%.
Vestuário (1,67%), artigos de residência (0,55%), habitação (0,41%), despesas pessoais (0,49%), comunicação (0,16%) e educação (0,09%) foram outros setores que também registraram aumento de preços.
Possível deflação em julho
Economistas projetam que no mês de julho a pressão sobre os preços poderá ser reduzida e estimam variação negativa do IPCA. Análises de entidades financeiras indicam que o Brasil pode fechar este mês com deflação entre 0,65% e 1,25% em comparação a junho.
Por outro lado, as projeções indicam que essa tendência não deve se manter, o que pode levar ao retorno do crescimento da inflação já no mês de agosto.
Em 2021, o Brasil fechou o ano com inflação de 10,06%, a maior taxa acumulada desde 2015, quando o índice foi de 10,67%.
A alta dos preços voltou a impactar a economia brasileira principalmente em meio à pandemia de coronavírus, com aumentos registrados nos setores de energia, combustíveis, alimentos e insumos industriais, além da desvalorização do real em meio a várias crises e turbulências políticas.
gb/bl (ots)
No acumulado de 12 meses, a inflação subiu para 11,89% – em maio, era de 11,73%. Esse índice registra dois dígitos desde setembro do ano passado, há 10 meses, o que não ocorria desde um período de 13 meses nos anos 2002 e 2003.
Os principais responsáveis por estimularem a inflação foram o consumo de alimentos fora de casa (alta de 1,26%) e os planos de saúde (2,99%). As refeições, por exemplo, tiveram aumento médio de 0,95%, enquanto os lanches subiram 2,21%. No geral, o setor de alimentos e bebidas teve aumento de 0,80%.
"O resultado foi influenciado pelo aumento dos preços dos alimentos para consumo fora de casa", disse Pedro Kislanov, responsável pelo estudo do IBGE. "Assim como outros serviços que tiveram a demanda reprimida na pandemia, há também uma retomada na busca pela refeição fora de casa. Isso é refletido nos preços", afirmou.
Ao avaliar a evolução dos preços no Brasil durante o primeiro semestre, Kislanov destacou que no primeiro trimestre também foram os alimentos que tiveram maior impacto na inflação.
Já os planos de saúde (2,99%) subiram devido ao reajuste de até 15,50% autorizado pela Agência Nacional de Saúde (ANS) em modalidades individuais. Com isso, o setor registrou o maior impacto individual no IPCA em junho: 0,10 ponto percentual, impulsionando alta de 1,24% na categoria de saúde e cuidados pessoais.
Com os resultados de junho, o Banco Central elevou de 88% para 100% o risco de o país não cumprir a meta de inflação de 3,5%, com margem de erro de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo, estabelecida pelo governo para 2022.
Para tentar controlar a alta de preços, o Banco Central vem aumentando gradativamente as taxas de juros, que agora estão em 13,25% ao ano, o maior nível desde dezembro de 2016.
Outros setores também registram aumento
Embora a alimentação fora dos domicílios e os planos de saúde tenham puxado a fila, outros setores também ajudaram a impulsionar a inflação. Alimentos para o consumo em casa, por exemplo, subiram 0,63%.
Os transportes registraram alta de 0,57% em junho, embora o mês anterior tenha sinalizado desaceleração em comparação a maio, quando a taxa foi de 1,34%. Essa redução teria ocorrido principalmente devido à queda de 1,20% no preço dos combustíveis.
A gasolina e o etanol tiveram queda de 0,72% e 6,41% no IPCA de junho, embora o óleo diesel tenha registrado alta de 3,82%.
Ainda no setor de transportes, as passagens aéreas registraram alta acumulada de 122,40% nos últimos 12 meses, o que caracteriza a maior variação entre os itens pesquisados. Apenas em junho, as passagens subiram 18,33%.
Vestuário (1,67%), artigos de residência (0,55%), habitação (0,41%), despesas pessoais (0,49%), comunicação (0,16%) e educação (0,09%) foram outros setores que também registraram aumento de preços.
Possível deflação em julho
Economistas projetam que no mês de julho a pressão sobre os preços poderá ser reduzida e estimam variação negativa do IPCA. Análises de entidades financeiras indicam que o Brasil pode fechar este mês com deflação entre 0,65% e 1,25% em comparação a junho.
Por outro lado, as projeções indicam que essa tendência não deve se manter, o que pode levar ao retorno do crescimento da inflação já no mês de agosto.
Em 2021, o Brasil fechou o ano com inflação de 10,06%, a maior taxa acumulada desde 2015, quando o índice foi de 10,67%.
A alta dos preços voltou a impactar a economia brasileira principalmente em meio à pandemia de coronavírus, com aumentos registrados nos setores de energia, combustíveis, alimentos e insumos industriais, além da desvalorização do real em meio a várias crises e turbulências políticas.
gb/bl (ots)
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