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Rússia critica reação 'histérica' ao envio de armas nucleares à Belarus

Vladimir Putin, presidente da Rússia, anunciou a instalação de armas nucleares em Belarus em março - Sputnik/Mikhail Metzel/Kremlin via REUTERS
Vladimir Putin, presidente da Rússia, anunciou a instalação de armas nucleares em Belarus em março Imagem: Sputnik/Mikhail Metzel/Kremlin via REUTERS

09/04/2023 12h19

O porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, qualificou como "histérica" a reação dos países ocidentais aos planos da Rússia de armazenar armas nucleares táticas em Belarus.

O Ocidente coletivo não parece inclinado a lembrar de algum modo a questão das armas nucleares americanas, implantadas aqui na Europa, ao redor do nosso país. Mas nesse caso estão inclinados a uma reação histérica aos nossos planos de construir silos para o armazenamento de armas nucleares táticas em território belarusso.
Dmitri Peskov em entrevista no domingo (9)

O que aconteceu:

  • A instalação de armas nucleares em Belarus foi anunciada pelo presidente Vladimir Putin em 25 de março;
  • Dmitri Peskov admitiu que isso seria uma resposta à ampliação da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan);
  • Recentemente, a Finlândia entrou para a aliança militar ocidental e, em resposta, o Kremlin disse que será obrigado a tomar "contramedidas" para garantir a segurança da Rússia.

O secretário do Conselho de Segurança de Belarus, Aleksandr Volfovich, descartou, em princípio, o emprego de armas nucleares táticas. "O importante não é a quantidade, o importante é a qualidade e saber usar. E nós sabemos como fazer [... Mas] acho que não vamos usar", citou à agência oficial de notícias Belta.

Volfovich disse ainda que as armas nucleares, sejam táticas ou estratégicas, destinam-se a dissuadir e "garantir a segurança da Rússia e de Belarus". Quanto aos prazos de implantação, ele disse ser uma decisão que cabe aos presidentes russo, Vladimir Putin, e belarusso, Aleksandr Lukashenko.

Zelenski otimista com Ucrânia na Otan

Por sua vez, o chefe de Estado ucraniano, Volodimir Zelenski, disse considerar que seu país está a caminho do ingresso na aliança transatlântica, apesar da invasão pela Rússia.

Ele justificou seu otimismo com o fato de a Lituânia, país-membro da União Europeia, ter reconhecido a necessidade de que se convide Kiev a integrar o bloco durante a conferência de cúpula da Otan a se realizar em julho, na capital Vílnius. A Polônia também já assegurou seu apoio a Kiev nessa candidatura.

Enquanto isso, os governos da Alemanha e dos Estados Unidos se manifestaram reservados. Em geral, uma das pré-condições para o ingresso à Otan é o candidato não estar envolvido em conflitos internacionais nem rivalidades territoriais - ambas premissas anuladas quando a Rússia iniciou a guerra, em 24 de fevereiro de 2022.

O secretário-geral da Otan, Jens Stoltenberg, também excluiu indiretamente uma filiação ucraniana em tempos de guerra, ao frisar que um pré-requisito seria o país resistir ao conflito como nação democrática independente.